tag:blogger.com,1999:blog-54762222281304031672024-03-14T01:21:23.994-03:00Um Teto Só MeuOdeio gente que se mete com a literatura e depois não a sofre
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.comBlogger85125tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-80415594154810957112021-11-29T06:06:00.002-03:002021-11-29T06:06:22.822-03:00Jane the Virgin - uma hommage às telenovelas e ao realismo mágico<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-9Dvpr9abFwY/YO_bUypFNZI/AAAAAAAAC8A/g5aHtDa7aeUK5oUYh9ombRyT2Dv4ckQHQCNcBGAsYHQ/s508/WhatsApp%2BImage%2B2021-07-15%2Bat%2B03.52.32.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="355" data-original-width="508" src="https://1.bp.blogspot.com/-9Dvpr9abFwY/YO_bUypFNZI/AAAAAAAAC8A/g5aHtDa7aeUK5oUYh9ombRyT2Dv4ckQHQCNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-07-15%2Bat%2B03.52.32.jpeg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Jane the Virgin tem alguns defeitos, como qualquer série. Mas não quero falar deles porque o show é muito, mas muito bom.</p><p style="text-align: justify;">O primeiro ponto positivo que eu destacaria é o tema central da narrativa: o relacionamento (e o amor) das mulheres Villanueva: Alba, a avó, Xiomara, a mãe e Jane, a filha. Em pleno 2021 é tão difícil encontrar séris e livros que tratam sobre mulheres que isso por si só já me atrai. E a construção desse relacionamento é magistral. Elas começam muito próximas, mas com várias questões não resolvidas que o show vai elaborando ao longo das temporadas. O arco de crescimento é muito bem feito. Acredito que a série seja sobre isso: relacionamentos entre mulheres. E aqui a gente pode colocar as personagens Lina e Petra. A última também tem um arco de crescimento fantástico.</p><p style="text-align: justify;">Outra coisa que é muito legal é a homenagem às telenovelas. O fato de a série retratar mulheres latinas (muito pouco representadas) é maravilhoso. E as mulheres Villanueva são viciadas em novelas (latinoamericanas, claro). Nessa toada, também temos o pai de Jane, que é um famoso ator mexicano. Mas a homenagem não para por aí. As reviravoltas e acontecimentos absurdos são incluídos na série, fazendo dela uma paródia (é importante lembrar aqui que paródia não é tirar sarro, mas sim pegar um gênero e incorporá-lo em outro) perfeita do gênero. Quando a irmã gêmea perdida de Petra surge, foi impossível não lembrar de Paola e Paulina, a gêmea boa e a gêmea má, da novela A usurpadora, que foi um sucesso aqui no Brasil. O absurdo dos acontecimentos não caberia em uma série americana comum, mas o universo de Jane the Virgin permite que eles ocorram naturalmente.</p><p style="text-align: justify;">O último ponto é o realismo mágico, uma das criações mais belas da literatuara, que surgiu na América Latina. Quando Jane (e outras personagens) sentem amor, o coração dela brilha. Quando recebe flores, elas desabrocham em suas mãos. Quando beija Michael, ela volta flutuando para casa. Quando beija Rafael, pétalas de flores começam a cair ao redor deles. Isso sem contar o fato de Jane conversar com as personagens de seus livros, que ganham vida e aparecem como pessoas de carne e osso em sua frente, ou o fato de estátuas e ursinhos de pelúcia falarem. Também há a briga no ringue entre Jane e Petra e a cena mediaval com Jane e Michael. O uso do mágico funciona, de novo, porque o universo da série permite que esses elementos sejam incorporados.</p><p style="text-align: justify;">Jane the Virgen é um deleite. Recomendo muitíssimo.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-48881314182231345932021-11-08T06:18:00.005-03:002021-11-08T06:18:58.009-03:00O fenômeno Harry Potter<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Harry Potter foi um fenômeno mundial, sua autora ficou
bilionária e durante muito tempo parecia que todo mundo só falava sobre isso,
uns bem, outros mal, mas não deixavam de falar. Eu tinha assistido aos filmes,
mas não tinha muito interesse em fazer mais que isso.<span class="apple-converted-space"> </span> Minha irmã, que é fã de
carteirinha, ficava insistindo para eu ler e depois de algum tempo, acabei
cedendo. Harry Potter então se tornou um dos meus livros favoritos, eu fiquei
maravilhada com o universo fantástico criado pela JK Rowling.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Não é a toa que Harry Potter alcançou um sucesso sem
precedentes: é uma série inteligente, com um universo próprio bem elaborado,
mistérios, romance, personagens interessantes. Uma das coisas mais legais do
livro é que as personagens cresceram com os leitores. O primeiro volume é mais
inocente e bonitinho, mas conforme a história vai evoluindo tudo fica mais
complexo e sombrio, sem perder o encanto do início. Muita gente cresceu com os
três aprendizes de bruxo e por isso, sente um carinho especial pelas histórias.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Uma das maiores qualidades da série são suas personagens
bem construídas, complexas e verdadeiras. É tão comum encontrar personagens que
se reduzem a caricaturas: a garota inteligente, o menino nerd, o engraçado, o
bully, etc, mas JK Rowling conseguiu elevar suas criações acima disso e criar
personalidades, que apesar de facilmente identificáveis (por exemplo, Hermione
é a garota inteligente e Draco é o bully) vão muito além do que se poderia
chamar de suas características principais, muitas vezes são inconsistentes,
(assim como as pessoas da vida real) não são meros estereótipos, mas sim
personalidades completas, que surpreendem o leitor quando fogem do
comportamento esperado. Um bom exemplo disso ocorre no sétimo livro quando
Neville, percebido como covarde, tímido e passivo toma a frente da ação na
escola e se torna um exemplo de rebeldia contra um sistema tirano. Outro
exemplo são as inúmeras vezes em que Hermione, a garota certinha que quer fazer
tudo de acordo com as regras, quebra essas mesmas regras para atingir seus
objetivos.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Dumbledore, Draco Malfoy e Professor Snape também precisam
ser lembrados. O primeiro, que durante quase toda a história possuía aquela
aura quase mística de espírito superior, tem a reputação abalada pela
publicação de sua biografia. O professor visto como sábio, bondoso e bem
humorado aparece sob uma nova luz quando erros de seu passado são revelados. No
sétimo livro as inseguranças e dúvidas de alguém que parecia saber de tudo são
reveladas, mostrando um lado vulnerável e falho daquele que parecia ser
perfeito.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Draco Malfoy se desenvolve muito e passa do antagonista de
um livro infantil para um adolescente cheio de angústias, preso a uma realidade
da qual não consegue escapar, mas a qual obviamente não quer pertencer. Draco
passou a vida inteira ouvindo que era superior por ser um Sangue-Puro e parece ter
herdado a arrogância dos pais, mas quando percebe as conseqüências que esse
tipo de ideologia pode ter, começa a questionar esses valores. Apesar de não
ser tratada abertamente, a transformação de Malfoy é indicada sutilmente
através de várias atitudes tomadas pelo garoto, principalmente nos sexto e
sétimo livros.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
E por fim, Professor Snape, que poderia ter sido um simples
vilão que engana a todos menos ao herói, mas que tem na verdade a história mais
complexa e profunda da série. Quem reler os livros depois de desvendar todos os
mistérios envolvendo o Professor mais temido pelos alunos de Hogwarts verá um
novo significado em cada palavra e ato da personagem mais perturbada do
universo de Harry Potter.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Apesar do cenário de fantasia, Harry Potter trata de
assuntos muito próximos ao nosso dia-a-dia, o preconceito é um tema sempre
presente: os Sangue Puro se sentem superiores aos sangue-ruim ou Muggleborns, a
população bruxa em geral se sente superior aos Trouxas e às outras criaturas
mágicas. Essas tensões podem ser facilmente transpostas para nossa sociedade,
na qual encontramos diariamente exemplos de racismo, misoginismo, homofobia e
xenofobia.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Os problemas de aceitação do diferente se intensificam
quando Voldemort volta ao poder. A hierarquia entre as classes fica mais clara
e a perseguição a tudo que não é o padrão estabelecido é descarada. Aliás, o
papel da repressão e do medo na perpetuação desses preconceitos fica evidente:
muita gente não concorda com o que está acontecendo, mas tem medo de se expor,
então acaba escolhendo o silencio.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Voldemort instaura uma ditadura, pessoas são torturadas e
desaparecem, jornais são censurados e instituições de ensino perdem sua
autonomia. E esse ambiente de terror e opressão é criado quase que num piscar
de olhos. Tudo isso ecoa a situação vivida em vários países da America Latina,
Oriente Médio e outros no decorrer do século XX e também do XXI. Nessa série
infanto-juvenil põem-se em discussão questões importantíssimas e muito reais:
como é fácil passar de uma sociedade democrática para uma autoritária se não
prestarmos constante atenção aos sinais. (Lembra que ninguém queria aceitar que
Voldemort havia voltado, mesmo com todas as evidencias?) Se não nos mantivermos
atentos ao mundo a nossa volta, isso pode mesmo acontecer. Vale lembrar que o
jornal O Estadão foi censurado e está proibido de publicar notícias sobre a
família Sarney. Isso na Republica Federativa do Brasil, um país democrático que
supostamente respeita a liberdade de imprensa!!<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
A lição da série, porém, é de que precisamos nos mexer para
que as coisas mudem, algumas pessoas se organizam e decidem lutar pelos seus
ideais. E depois de muitas dificuldades e perdas (porque o combate à violência,
à opressão e ao preconceito não é fácil) conseguem triunfar.</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="text-indent: 5.25pt;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="text-indent: 5.25pt;">Sim, Harry Potter trata de questões muito sérias das quais
não deveríamos nos esquecer nunca, mas também há um lado mais leve nesse
universo. Boa parte dos livros é usada para descrever o dia-a-dia da vida na
escola: a preocupação com as provas, as conversas entre amigos, a rivalidade
entre as casas. O humor sutil presente em todos os sete volumes mesclado a
temas e situações sérias torna a série muito mais interessante, divertida e
acessível aos leitores.</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 5.25pt;">
<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Essa combinação muito bem feita de histórias de desenvolvimento
pessoal intricadas com questões relevantes à vida em sociedade faz dessa série
uma das melhores escritas nos últimos anos, que merece todo o sucesso que
obteve e que mora no coração de milhões de pessoas espalhadas pelo planeta.<o:p></o:p></div>
<div><br /></div>Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-65463472022394804852021-11-01T06:18:00.003-03:002021-11-01T06:18:38.373-03:00 Me Gritaron Negra - Victoria Santa Cruz<p>Poema fenomenal!</p><br /><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;"></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">Tenía siete años apenas,<br style="box-sizing: border-box;" />apenas siete años,<br style="box-sizing: border-box;" />¡Que siete años!<br style="box-sizing: border-box;" />¡No llegaba a cinco siquiera!</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">De pronto unas voces en la calle<br style="box-sizing: border-box;" />me gritaron ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">“¿Soy acaso negra?” – me dije ¡SÍ!<br style="box-sizing: border-box;" />“¿Qué cosa es ser negra?” ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />Y yo no sabía la triste verdad que aquello escondía. Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />Y me sentí negra, ¡Negra! <br style="box-sizing: border-box;" />Como ellos decían ¡Negra! <br style="box-sizing: border-box;" />Y retrocedí ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />Como ellos querían ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />Y odié mis cabellos y mis labios gruesos<br style="box-sizing: border-box;" />y miré apenada mi carne tostada<br style="box-sizing: border-box;" />Y retrocedí ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />Y retrocedí…<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Neeegra!<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">Y pasaba el tiempo,<br style="box-sizing: border-box;" />y siempre amargada<br style="box-sizing: border-box;" />Seguía llevando a mi espalda<br style="box-sizing: border-box;" />mi pesada carga</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">¡Y cómo pesaba! …<br style="box-sizing: border-box;" />Me alacié el cabello,<br style="box-sizing: border-box;" />me polveé la cara,<br style="box-sizing: border-box;" />y entre mis cabellos siempre resonaba<br style="box-sizing: border-box;" />la misma palabra<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Neeegra! <br style="box-sizing: border-box;" />Hasta que un día que retrocedía,<br style="box-sizing: border-box;" />retrocedía y que iba a caer<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! ¡Negra! ¡Negra! <br style="box-sizing: border-box;" />¿Y qué?</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">¿Y qué? ¡Negra! <br style="box-sizing: border-box;" />Sí ¡Negra! <br style="box-sizing: border-box;" />Soy ¡Negra!<br style="box-sizing: border-box;" />Negra ¡Negra! <br style="box-sizing: border-box;" />Negra soy</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">¡Negra! Sí<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! Soy<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! Negra<br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra! Negra soy<br style="box-sizing: border-box;" />De hoy en adelante no quiero<br style="box-sizing: border-box;" />laciar mi cabello<br style="box-sizing: border-box;" />No quiero<br style="box-sizing: border-box;" />Y voy a reírme de aquellos,<br style="box-sizing: border-box;" />que por evitar – según ellos –<br style="box-sizing: border-box;" />que por evitarnos algún sinsabor<br style="box-sizing: border-box;" />Llaman a los negros gente de color<br style="box-sizing: border-box;" />¡Y de qué color! NEGRO<br style="box-sizing: border-box;" />¡Y qué lindo suena! NEGRO <br style="box-sizing: border-box;" />¡Y qué ritmo tiene! <br style="box-sizing: border-box;" />NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO<br style="box-sizing: border-box;" />NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO<br style="box-sizing: border-box;" />NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO<br style="box-sizing: border-box;" />NEGRO NEGRO NEGRO <br style="box-sizing: border-box;" />Al fin<br style="box-sizing: border-box;" />Al fin comprendí AL FIN <br style="box-sizing: border-box;" />Ya no retrocedo AL FIN <br style="box-sizing: border-box;" />Y avanzo segura AL FIN <br style="box-sizing: border-box;" />Avanzo y espero AL FIN<br style="box-sizing: border-box;" />Y bendigo al cielo porque quiso Dios<br style="box-sizing: border-box;" />que negro azabache fuese mi color<br style="box-sizing: border-box;" />Y ya comprendí AL FIN <br style="box-sizing: border-box;" />Ya tengo la llave <br style="box-sizing: border-box;" />NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO<br style="box-sizing: border-box;" />NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO<br style="box-sizing: border-box;" />NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO<br style="box-sizing: border-box;" />NEGRO NEGRO <br style="box-sizing: border-box;" />¡Negra soy!</p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;"><br /></p><p style="background-color: white; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #002142; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25em; padding: 0px; text-rendering: optimizelegibility; vertical-align: baseline;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavilani.com.br">www.mahanacassiavilani.com.br</a></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-54417350148334767432021-10-11T06:00:00.001-03:002021-10-11T06:00:30.485-03:00Is everyone hanging out without me e a adorável Mindy Kaling<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white;">Eu já conhecia a Mindy Kaling por causa do
The Office, série na qual ela interpretou a personagem Kelly Kapoor, além de
escrever, produzir e dirigir vários episódios. Também já tinha ouvido dizer que
sua personagem era meio que uma versão exagerada da atriz. Só pelo fato de ela
ser uma das mentes brilhantes por trás desse programa, eu já simpatizava com
Kaling, mas o que me fez decidir comprar <i>Is Everyone Hanging Out Without Me?</i> foi um trecho do livro que eu li em algum site, que discorria sobre a situação
da comédia romântica na atualidade. </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white;"><i>Is Everyone Hanging Out Without Me?</i> é uma
leitura bastante fácil, seu tom casual dá a impressão de que a autora está
simplesmente falando ao telefone com uma amiga. Não sou muito
fã de biografias ou autobiografias, mas o livro de Mindy Kaling se aproxima
mais de uma coletânea de colunas soltas de um jornal, revista ou mais
acertadamente de um blog sobre cultura pop. A própria autora entende
perfeitamente a vibe de seu livro diz: </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<i><span style="background: white;">“Você só vai levar dois dias para ler esse
livro. Você viu a capa? É praticamente toda rosa. Se você estiver lendo esse
livro todas as noites, por meses, algo está errado.” </span></i><o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white;">Realmente “Is Everyone Hanging Out Without
Me?” é uma leitura fácil, mas isso não é um demérito e Mindy Kaling atinge seus
objetivos, eu acredito que o livro seja exatamente o que ela quis que ele
fosse. Os temas abordados são bastante variados. Realmente variados. Vou citar
os nomes de alguns capítulos: </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="background: white;">Etiqueta de Karaokê; </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="background: white;">Os direitos e responsabilidades de melhores
amigas; </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="background: white;">Tipos de Mulheres em Comédias Românticas
que não são reais; </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="background: white;">O dia que eu parei de comer cupcakes; </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="background: white;">Instruções precisas para o meu
funeral. </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white;">Apesar de cheio de partes sobre romance,
comédias românticas e afins,<i> Is Everyone Hanging Out Without Me?</i> também é
cheio de sororidade e feminismo. </span><span style="background-color: white;">Um dos melhores momentos do livro é aquele
em que Mindy fala sobre como Amy Poehler é incrivelmente incrível, coisa que eu
já suspeitava. </span><span style="background-color: white;">Mas falando sobre feminismo, há alguns
trechos interessantes: </span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<i><span style="background: white;">Porque você não falou sobre se mulheres
são engraçadas ou não? </span></i><o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<i><span style="background: white;">Eu só senti que comunicando isso de algum
modo, seria uma aprovação tácita disso como um debate legítimo, o que não é.
Seria o mesmo que falar sobre o assunto: “Gatos e cachorros deveriam poder
cuidar de crianças? Eles já estão na casa mesmo.” Eu tento não discutir
seriamente assuntos sem sentido.</span></i><o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white;">O melhor de tudo são os insights sobre comédias românticas, que demonstram a percepção
de como a indústria do cinema pode ser absurda em relação à representação
feminina: </span><o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<i><span style="background: white;">A mãe de 42 anos do protagonista de
30: </span></i><i><span style="background: white;">Eu estou tão acostumada ao fenômeno da mãe
jovem, que quando eu vi o pôster de A Proposta, eu imaginei por um segundo se a
proposta do filme seria Ryan Reynolds sugerindo mandar sua mãe, Sandra Bullock,
para um asilo." </span></i></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<i><span style="background: white;">Eu simplesmente considero comédias
românticas um subgênero de ficção cientifica, na qual o mundo criado tem regras
diferentes das do meu mundo humano normal.</span></i><o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<i><span style="background: white;"><br /></span></i></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">Pra mim, esse é a perfeita definição do que sejam comédias românticas! Mindy Kaling é genial! </span><span style="background-color: white; text-align: justify;">O estilo e a personalidade da autora são
facilmente reconhecíveis em <i>Is Everyone Hanging Out Without Me?</i> e isso faz com que seu livro seja muito acessível. Acho que já dei muitos spoilers, mas só para
terminar vou dizer que é impossível não gostar de um livro escrito por uma
mulher inteligente e engraçadíssima, cheio de menções à cultura pop, Jane
Austen e Colin Firth. É uma ótima leitura para qualquer um que goste de rir!</span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-48090018274936206842021-08-02T04:37:00.004-03:002021-08-02T04:37:28.322-03:00E Luana estava aqui<p> <span style="text-align: justify;">Luana achava que era Jesus Cristo. Não, não era como aquele cara estranho que faz versões das músicas da Amy e da Britney. Não era como ele. Era como se tivesse nascido com vocação pra Madre Teresa de Calcutá. Só que não tinha.</span></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Luana nasceu na miséria e cresceu na miséria. Assim, sempre buscou a miséria. Nesse mundo, encontrou-a em abundancia. E continuou acreditando apenas nela.</div><div style="text-align: justify;"><br /><a name='more'></a></div><div style="text-align: justify;">Luana só sabia a miséria, mas não suportava a dor. Não a sua, não a de ninguém. É por isso que ela tentava salvar o mundo e a si mesma. Coitada, como é que poderia salvar quando tudo que via, sentia e refletia era miséria?</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Luana caminhava em busca de campos áridos. Foi assim com seu amor primeiro, foi assim com todos os outros. Depositava-o em recipientes rasos, impermeáveis, envolvidos por camadas e camadas de miséria. Não sabia outra coisa, por isso quando a rasgavam com o sal na terra, ela lia na destruição o amor de que tanto precisava e no abafado dos corações pequenos, a profundidade sem fim que possuía e evocava a miséria. Miséria, tudo que sabia enxergar e receber.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Aconteceu uma, duas, mais vezes do que ela podia compreender. Estranho como um olhar pode ver tanto e tão pouco do que importa. Luana via a dor e a miséria nos outros e partia a salvá-los porque queria ela ser salva, porque só assim sabia amar. Luana não via que nem sempre a dor e a miséria se vestem de querer salvar e ser salva e de querer preencher o buraco imenso de amor. Luana não via que a dor e a miséria muitas vezes, muitas mesmo, se vestem de crueldade e mesquinhez e de querer preencher o buraco com a dor e a miséria dos outros na tentativa de esconder a própria. Luana também não via que, embora todos pudessem ter profundezas, alguns escolhiam a rasidão e essa rasidão nunca poderia ser preenchida de amor justamente porque era rasa e rasgar profundidades dói e as pessoas fogem da dor. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Luana não via porque achava que não suportaria enxergar. Luana inventava um céu azul da cor da noite, com pontinhos brilhantes capazes de iluminar o viver, mas que ficavam de olhos fechados só porque não sabiam ser feitos de luz. Luana inventava tudo isso quando só havia a noite pintada de cinza, sem nuvens porque nuvem também é imensidão. Era só uma quase cor escondendo o que talvez pudesse ser. Isso não podia no mundo de Luana, então ela pintava o cinza em azul e brilho porque seu mundo podia ser triste, essa miséria ela achava que podia salvar, mas não podia e não seria nunca feio nem raso, porque essa miséria sua profundeza não alcançava. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Era assim e a cada pintura nova ela cavava um pouco mais fundo, tirando pedaços do que já não tinha, jogando sementes em terra morta de vontade, olhando bem forte, esperando o amor de que tanto precisava. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um dia ela conheceu um anjo-pirata que ela achou iluminado e meio bobo e que tinha o abraço mais gostoso que Luana já havia sentido na vida. Foi a primeira coisa que ela notou, um alguém que abraça como se quisesse mesmo abraçar. E porque ela queria e estava morrendo de tanta miséria e desamor, ele começou a cuidar de Luana que foi aos poucos tentando abrir os olhos. A luz de todas as coisas foi tanta que o monstro-miséria de Luana começou a espernear dentro dela querendo que ela abrisse os olhos só para aquilo que fosse dor e não pudesse ser fora. Então ela voltou a sua terra de sal e o olhou bem fundo, quase sem pensar. Por um tempo ela olhava os cristais branquinhos e enxergava que era brilho e ficava quase feliz e tentava salvar achando que finalmente tinha achado. Aquilo que a salvaria.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dói. Luana queria e não queria ver. Muito dos dois. A miséria era grande e a puxava pra sua profundeza dizendo que os cristais eram sim brilho, aquele brilho que virava amor e que salvar existia e podia e que Luana deveria jogar sementes, cavocar mais um pouco, jogar sementes no sal e esperar. Luana acreditava porque miséria era tudo que sabia. Não sabia amar sendo amada. Com verde. Só sabia amar na terra árida e ler na destruição o amor. Mas Luana estava cansada. Sentia que se tornava seca e logo não haveria mais sementes, nem profundeza, nem miséria, nem Luana. Por isso começava a querer ver mais de um do que do outro. Bem pouquinho primeiro, depois um pouco mais. E Luana estava aqui. Nesse lugar de querer amar sendo amada, de querer ganhar sementes só pra ver o que a miséria diz. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Então ela olhou a sua terra e ele era pequeno e raso e protegia sua rasidão com tudo que sabia. E doeu, doeu muito porque Luana viu a maldade e a mesquinhez e entendeu que aquilo tudo era medo e teve vontade de salvar e chorou tanto até quase ficar tão seca quanto ele. Chorou porque era triste, chorou porque não podia salvar, chorou porque ainda queria jogar sementes e chorou porque nada disso adiantava. E Luana morreu. E morrendo disse até, porque não conseguia ir embora toda. Ainda não conseguia ir embora toda. Mas Luana queria aprender a amar.<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br /><br />Luana disse até. Disse até, até o dia em que pôde dizer não. Mas esse dia agora aconteceu.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></div>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-39311415400335261602021-07-26T07:35:00.002-03:002021-07-26T07:35:20.396-03:00História do amor<p> <span style="text-align: justify;">Eu fui estuprada e tudo ocorreu como deveria. Ele estava por cima e pediu que eu abrisse as pernas e eu abri. Mais, ele disse. E eu abri mais. Ele me penetrou e tá doendo? ele disse. Diz que tá doendo. E eu disse: tá doendo. E ele gemeu. E ele gozou. </span></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ele limpou sua mão melada no meu cabelo e disse: obrigado, meu anjo. E me bateu, mas não para matar. Ele não era assassino. Ele tinha mãe, pai, irmã. Talvez uma namorada. Provavelmente uma namorada. Ele me bateu, mas não quebrou nada. Ele não era mau.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu não procurei a polícia porque me olhariam e eu sabia de tudo. Voltei pra casa e tomei banho. Joguei as roupas sujas de sangue e sêmen num canto do quarto. Todos dormiam, ninguém me viu. Tudo doía e eu não tentava me mexer. Fique quietinha, meu amor, ele disse. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi tudo como deveria. Eu estava de saia. Eu estava bêbada. Eu saí sozinha à noite. Sou feia, deveria agradecer, dizem uns. Também... dizem outros. Eu não gritei, eu não tentei fugir, eu não tentei bater. Eu não dificultei. Eu fiquei quieta e obedeci. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois eu chorei, depois eu sofri. Depois eu quis morrer. Eu tentei morrer. Então, lembrei da minha mãe e de como ela também morreria e desisti. Eu continuo. Eu estou aqui. Ninguém sabe. As marcas no meu rosto sumiram. Foi tudo como deveria. Eu continuo. A mesma. O mundo continua. O mesmo. Ele continua. O mesmo. Nada mudou. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi tudo muito rápido, menos de cinco minutos talvez. Pareceu mais enquanto eu contava os movimentos do corpo dele. Não dava pra ver muita coisa naquela noite. Ainda não sei como um borrão pode ser tão nítido. Levanto da cama pensando. Vou deitar pensando. Não foi nada de mais. Ocorreu tudo como deveria. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nada mudou. Antes eu era triste e eu continuo triste. Antes eu sofria e eu continuo sofrendo. Antes eu estava cansada e eu continuo cansada. Nada mudou. Eu fui estuprada e tudo ocorreu como deveria. Ele ficou satisfeito. Eu fiquei calada. O mundo ficou o mesmo. </div><div style="text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Três comprimidos além da dose não mudarão nada.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></div>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-23323116886321796882021-07-12T05:03:00.004-03:002021-07-15T04:49:06.951-03:00Tempos líquidos - Zygmuny Bauman (Parte 2)<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-HASgR_te20Q/YN2h4C8TG_I/AAAAAAAAC6g/LqHDoZVt2BwrJSMV2fO49J5jeOD0nx4lACNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-28%2Bat%2B03.47.01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="291" src="https://1.bp.blogspot.com/-HASgR_te20Q/YN2h4C8TG_I/AAAAAAAAC6g/LqHDoZVt2BwrJSMV2fO49J5jeOD0nx4lACNcBGAsYHQ/s0/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-28%2Bat%2B03.47.01.jpeg" /></a></div><br /><span style="font-family: Times, serif; text-align: justify;"><br /></span><p></p><p><span style="font-family: Times, serif; text-align: justify;">A parte um está <a href="http://umtetosomeu.blogspot.com/2021/07/tempos-liquidos-zygmunt-bauman-parte-1.html" target="_blank">aqui</a>.</span></p><p><span style="font-family: Times, serif; text-align: justify;">Bauman passa então a falar sobre os direitos nas nascentes democracias. Ele começa afirmando que foi principalmente na Europa que o medo mais se desenvolveu nos últimos tempos e explica que esse medo e sua consequente insegurança vêm da crença de que a segurança total pode ser alcançada, mas quando isso não acontece – e nunca pode acontecer – deve haver um vilão. Para o autor, o vilão elegido é o humano, derivado da “habilidade e/ou indisposição para tornar esse companheirismo duradouro e seguro, e portanto confiável.” (BAUMAN, 2007, p. 63). Esse medo, ou insegurança, teria surgido por dois motivos que tiveram origem na Europa:</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 0cm 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif; font-size: 10pt;">“a “sobrevalorização” dos indivíduos libertados das restrições impostas pela densa rede de vínculos sociais” e “a fragilidade e vulnerabilidade sem precedentes desses indivíduos, privados da proteção que lhes era oferecida trivialmente no passado por aquela densa rede de vínculos sociais”. (BAUMAN, 2007, p. 64)<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Então, Bauman entra na questão do Estado moderno e afirma que a ele foi conferida a tarefa de administrar o medo e que, para isso, era necessário criar uma nova rede de proteção a partir do zero. Para ele é a proteção e não a distribuição de riquezas que está no centro do “Estado social”. Nesse sentido, ele ressalta que “a luta dos direitos pessoais foi estimulada pelo desejo dos afortunados” (2007, p. 67), que esperavam manter ou aumentar seu <i>status</i>. Citando Marshall, o autor afirma que o passo seguinte foi a demanda por direitos políticos pois os direitos pessoais já tinham sido obtidos e era necessário defendê-los. Para Bauman, eles são dependentes: “A segurança das pessoas e a proteção de suas propriedades são condições indispensáveis para a capacidade de lutar efetivamente pelo direito à participação política.” (2007, p. 68). Além disso, a junção desses direitos é exercida pelos poderosos, ou os já seguros, O direito do voto só poderia ser exercido pelos que já possuíam recursos econômicos e culturais. Daí vem a problemática do sufrágio universal e da impossibilidade, no começo das democracias, de mulheres, negros e analfabetos votarem. Em alguns lugares, como no Brasil, era preciso ter renda mínima para garantir o direito ao voto. Isso faz com que os excluídos tenham poucas chances de adquirir os recursos necessários para exercer direitos políticos, afinal, são excluídos destes. Bauman ainda afirma que, sem esses direitos, não é possível haver confiança nos direitos pessoais e que, sem direitos sociais, também não é possível haver direitos políticos, o que deixa os pobres e os excluídos à mercê da “caridade” dos governos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bauman continua para afirmar que diversos riscos de fracasso acompanham a liberdade de escolha, mas que, para a maioria das pessoas, ela não é uma possibilidade a menos que o medo da derrota seja tirado de cena por uma política de seguro comunitária. Sem isso, os mais desafortunados ficam sem salvação e perdem a fé nos direitos políticos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Retomando a história do Estado moderno, Bauman afirma que houve uma mudança em sua função: ele passou de ter a tarefa de ajustar as instituições às realidades existentes para reformar as realidades sociais. Afirma ainda que, na atualidade, “A irrevogabilidade da exclusão é uma consequência direta, embora imprevista, da decomposição do Estado social.” (BAUMAN, 2007, p. 75). Nesse sentido, ele exemplifica a questão do desemprego. Nos dias de hoje, estar desempregado deixa de ser uma aflição temporária que será resolvida, mas passa a ser o rótulo de alguém que se tornou descartável, destinado ao “lixo humano” sobre o qual já falou antes. Isso acontece pela ineficácia do Estado em prover uma rede de proteção. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: Times, serif;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Times, serif;">Em seguida, Bauman (2007) passa a falar sobre as cidades. Para ele, a grande densidade humana coincide com o medo e a tendência de buscar culpados para esse medo. Há uma separação entre “nós” e “eles”, e a cidade começa a representar mais perigo do que proteção. Como exemplo, ele cita os misteriosos estrangeiros que vagueiam. Como solução, há a separação e a manutenção da distância dos indesejáveis. Outro exemplo que Bauman dá é a remoção dos sem-tetos das consideradas boas vizinhanças. Para ele, as pessoas da camada superior não pertencem ao lugar em que vivem, têm interesses no mundo interconectado do ciberespaço e, por isso, não há interesse na cidade em que moram. A outra parte da população é o oposto, pois está fora dessa interconectividade e são cidadãos locais, com preocupações também locais.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Times, serif;">É por essa diferença que as ameaças ao corpo ou à propriedade se tornam importantes na avaliação de um bom lugar para viver. Ele diz (2007, p. 83):<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 0cm 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif; font-size: 10pt;">A incerteza do futuro, a fragilidade da posição social e a insegurança existencial – essas circunstâncias ubíquas da vida no mundo “líquido-moderno”, notoriamente enraizadas em lugares remotos e, portanto, situadas além do controle individual – tendem a se concentrar nos alvos mais próximos; os tipos de preocupações que, por sua vez, se transformam em impulsos segregacionistas/exclusivistas, conduzindo inexoravelmente a guerras no espaço urbano.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para ele, é fundamental a mudança da nova elite que, agora, é globalmente orientada e não tem mais compromisso com a população local, ou seja, os que foram deixados para trás. O efeito do medo fortifica e estabiliza fronteiras fazendo com que o antagonismo entre esses grupos aumente. No entanto, as elites estão fisicamente presas ao corpo da cidade, por isso, é nelas que os poderes globais e os significados e identidades se chocam. Isso porque:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 0cm 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif; font-size: 10pt;">Os verdadeiros poderes que modelam as condições sob as quais agimos atualmente fluem num espaço global, enquanto nossas instituições de ação política permanecem amplamente presas ao solo – elas são, tal como antes, locais. (BAUMAN, 2007, p. 87)<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esse é o paradoxo da atualidade: é só em relação aos temas locais que nossas ações fazem a diferença, no entanto, vivemos num mundo globalizado que não pode ser atingido por tais ações. Para Bauman, as cidades se tornaram o depósito local de problemas gerados globalmente, o que sobrecarrega a política e a torna incapaz de lidar com os problemas que surgem.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bauman volta a falar do medo quando cita a presença de estranhos visíveis, os quais geram incerteza, medo e, até mesmo, agressão.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Essa presença, no entanto, é inevitável, mesmo com todos os recursos de que os “homens de bem” se utilizam para eliminá-la. Há, para o autor, um desejo de evitar a participação real, o que gera “uma comunidade da mesmice” (Bauman, 2007, p. 93). É como se as pessoas tivessem desaprendido a lidar com a diferença. No entanto, a esquematização mesma da cidade obriga a lidar com o diferente, o que causa um processo de desestabilização. Esse processo causa a segregação, considerada uma cura para os perigos representados pelos estranhos. Por fim, Bauman termina afirmando que as cidades podem ser laboratórios em que se aprende a conviver com a diferença. Dessa forma, vemos, novamente, como o medo tem função fundamental nas considerações de Bauman.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na sequência, Bauman diz que todos temos problemas e que as adversidades são incômodas porque chegam sem aviso. Isso causa uma falta de esperança que gera medo. Novamente, vemos aqui a importância que este pensador dá à ideia de medo. Essa pequena introdução é feita para que se chegue ao termo utopia, que, para ele, graças a sir Thomas More, é designado para significar nossos sonhos com um mundo em que podemos acreditar. No entanto, Bauman enfatiza que sir Thomas sabia que isso era apenas um sonho. Ele também diz que, no mundo moderno, o progresso significava uma corrida atrás de utopias e não sua realização, pois ela é impossível. Ele afirma que o nascimento das utopias decorre de dois motivos: um sentimento de que o mundo não funciona de maneira adequada e a confiança na capacidade humana de consertá-lo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para se aprofundar na questão, Bauman utiliza três metáforas. A primeira é a do guarda-caça, que seria o pré-moderno e defenderia a terra contra toda a interferência humana. A ideia aqui é manter. A segunda é a do jardineiro, que seria o moderno e construiria o jardim de acordo com sua vontade, eliminando as ervas daninhas, ou seja, o indesejável. A terceira é a do caçador, o pós-moderno, que não se importa com a noção de equilíbrio, ou seja, com a possibilidade de que algum dia não haja mais caça. Este último fenômeno, Bauman explica, é o processo de individualização. Nesse caso, há pouco espaço para a utopia.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bauman conta que pesquisou a palavra “utopia” no Google e que os registros são muitos. O primeiro deles se trata de um jogo on-line e gratuito. Ele diz que sua impressão após essa busca mostra que o termo foi apropriado por empresas de viagens, cosméticos e decoração de interiores. O que eles têm em comum é que fornecem serviços individuais. Se, antes, a utopia significava uma busca pela melhora coletiva, agora ela diz respeito à sobrevivência individual para pessoas aterrorizadas pela ideia de serem deixadas para trás. Ou seja, novamente temos aqui a ideia de medo. <span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Voltando à metáfora da caça, Bauman afirma que ela é uma tarefa de tempo integral de luta contra a insegurança, o que deixa pouco espaço para reflexão. A expectativa de término do ato de caçar é assustadora, pois seu fim só pode significar exclusão e derrota. Nesse sentido, a caça se torna um tipo de utopia sem um fim, que promete o impossível: a solução para os problemas humanos. No entanto, essa utopia possui uma característica diferente: em vez de se voltar para o futuro, ela está no aqui e agora. Ela também não fornece um significado para a vida, apenas ajuda a não pensar sobre o seu significado.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;">Em linhas gerais, essas são as considerações de Bauman que o levam à ideia de liquidez.</span><span style="color: red; font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></span></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-60176157005778572232021-07-05T04:24:00.006-03:002021-07-15T04:49:44.668-03:00Tempos líquidos - Zygmunt Bauman (Parte 1)<p> </p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-v0w7oz8GVLs/YLCSHm6WIRI/AAAAAAAACzg/MdPBskMv4ts37WZ3xGE-6aS9t2FEiEHtACNcBGAsYHQ/s825/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-28%2Bat%2B03.47.01.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="825" data-original-width="750" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-v0w7oz8GVLs/YLCSHm6WIRI/AAAAAAAACzg/MdPBskMv4ts37WZ3xGE-6aS9t2FEiEHtACNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-28%2Bat%2B03.47.01.jpeg" /></a></div><br /><span style="font-family: Times, serif;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Times, serif;">Bauman inicia a
obra <i>Tempos líquidos</i> (2007), Bauman (2007, p. 7) dizendo que “passamos
da fase “sólida” da modernidade para a “líquida””. Para o autor, isso significa
que antes possuíamos estruturas que limitavam as escolhas individuais e
instituições que asseguravam a repetição de rotinas, mas que elas não podem
mais manter sua forma por muito tempo, pois se dissolvem muito rapidamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Times, serif;">Ele também fala
sobre a perda de poder do Estado moderno para um mundo globalizado. Isso
aconteceria porque aquele é local e este é planetário. Diz ainda que as funções
dos Estados passam agora para o mercado, que controla a vida dos indivíduos e,
notadamente, expõe as pessoas aos seus caprichos, promove a competitividade e
diminui a colaboração.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Times, serif;">Bauman cunha o
termo “globalização negativa” e diz (BAUMAN, 2007, p. 13):<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 0cm 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif; font-size: 10pt;">(...) uma globalização seletiva do
comércio e do capital, da vigilância e da informação, da violência e das armas,
do crime e do terrorismo; todo unânimes em seu desdém pelo princípio da
soberania territorial e em sua falta de respeito a qualquer fronteira entre
Estados. Uma sociedade “aberta” é uma sociedade exposta aos golpes do
“destino”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Times, serif;">Ele também enfatiza
a função do medo nessa nova sociedade, que se espalharia quase que
organicamente e sem freios. Isso aconteceria porque a vida humana se tornou
instável: empregos, parceiros, redes de amizades. Para ele, a ideia de
progresso, em vez de ser positiva, causa o medo de ser deixado para trás, o
que, por sua vez, causa uma angústia existencial. Esse medo não vem à toa. Ele
é muito lucrativo, tanto comercial, quanto politicamente. Bauman afirma que a
ideia de segurança pessoal se tornou a bandeira da política. O medo vem também
do “desmantelamento das defesas construídas e mantidas pelo Estado contra os
temores existenciais.” (2007, p. 20). Para ele, vivemos um “cada um por si e
Deus por todos”. Bauman ainda explica que o enfoque no medo individual vem
associado à precarização do chamado Estado de bem-estar social. Para se
aprofundar na questão do medo, ele cita a chamada “guerra ao terror”, que, como
exemplifica, em vez de gerar mais segurança, fez aumentar o número de armas
leves presentes na sociedade. Tudo isso causa uma falta de solidariedade
coletiva e aumenta o individualismo. Bauman afirma (2007, p. 21):<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: Times, serif;"><br /></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 0cm 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif; font-size: 10pt;">O medo é reconhecidamente o mais
sinistro dos demônios que se aninham nas sociedades abertas de nossa época. Mas
é a insegurança do presente e a incerteza do futuro que produzem e alimentam o
medo mais apavorante e menos tolerável. Essa insegura e essa incerteza, por sua
vez, nascem de um sentimento de impotência: seja individual, separada ou
coletivamente (...) <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Depois
disso, Bauman passa a falar sobre a questão dos refugiados no mundo
capitalista. O autor afirma que um de seus resultados mais fatais é o “lixo humano”,
“milhões de homens e mulheres privados de suas terras, locais de trabalho e
redes comunais de proteção.”. (2007, p. 34). Ele diz ainda que o capitalismo
não consegue reassimilar ou eliminar esse lixo humano. Para Bauman a situação
fica mais complicada quando o “lixo” está ao lado dos “normais”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Isso porque aqueles lembram a estes que podem
facilmente, um dia, estar nessa posição. Ao falar sobre as guerras, que
estariam desregulamentadas como efeito da globalização, o autor (2007, p. 43)
afirma sobre os fugitivos:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 0cm 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif; font-size: 10pt;">(...) são, além de tudo, privados do
apoio de uma autoridade de Estado reconhecida que possa colocá-los sob sua
proteção, fazer valer seus direitos e interceder em seu favor junto a potências
estrangeiras. Os refugiados são pessoas sem Estado (...)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Times, serif;">Para Bauman, depois
que uma pessoa se torna refugiada, ela o será para sempre. Ele (2007, p. 45)
cita como exemplo:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 0cm 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif; font-size: 10pt;">Há, por exemplo, cerca de 900 mil
refugiados dos massacres intertribais e dos campos de batalha das guerras
selvagens travadas há décadas na Etiópia e na Eritreia, espalhados pela região
Norte do Sudão (incluindo a mal-afamada Darfur), por si mesmo uma nação
empobrecida e devastada pela guerra, além de apinhada de outros refugiados que
relembram com horror os campos de extermínio do sul do país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Também
exemplifica que, no campo de Kassala, a água foi cortada e os habitantes
removidos à força, como ocorreu quando se tornaram refugiados, o que
impossibilita qualquer possibilidade de retorno. Bauman também argumenta que as
agências humanitárias acabam por desempenhar o papel de “faxineiros étnicos” e
de agentes de exclusão, pois mantêm os refugiados “protegidos”, acalmando o
público expectador. Mas a realidade é que os refugiados são “lixo humano”, não
têm chances de integração no corpo social. Prova disso é que:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 0cm 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif; font-size: 10pt;">Os estadistas da “União Europeia”
empregam a maior parte do seu tempo e inteligência planejando formas cada vez
mais sofisticadas de fortificar as fronteiras e procedimentos mais eficazes
para se livrarem das pessoas que, apesar de tudo, conseguiram atravessá-las e
estão em busca de pão e abrigo. (BAUMAN, 2007, p. 48)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para
Bauman, os refugiados perdem seu lugar, pois são expulsos de seus locais de
origem, mas têm sua entrada em qualquer outro proibida. O autor ainda reflete
que esse é um problema da impossibilidade de resolver localmente uma questão
que é global. Mas os países do Norte global procuram se proteger com
alternativas internas, como fortificações, cercas e câmeras de circuito
fechado. Só que isso não é eficiente, pois a questão da inclusão e da exclusão
já estão presentes em todo o globo, com “lixo humano” sendo produzido por toda
parte.
</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> A parte dois está <a href="http://umtetosomeu.blogspot.com/2021/07/tempos-liquidos-zygmuny-bauman-parte-2.html" target="_blank">aqui</a>.</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>
Para conhecer meus livros, acesse <a href="www.mahanacassiavillani.com.br" target="_blank">www.mahanacassiavillani.com.br</a>
<o:p></o:p></span></span></span></p><span style="font-family: Times, serif;"><span style="font-family: Times, serif;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Times, serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></p></span><p></p></span><p></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-10064901531107304032021-06-21T06:03:00.002-03:002021-07-06T04:48:56.574-03:00Quando crescer quero ser Jane Villanueva<p style="text-align: justify;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-i86K2MbPjHQ/YLChKfvfHHI/AAAAAAAAC0w/4jrSvoz6oCYWSsCxay0OqzEHQn9bBHcIQCNcBGAsYHQ/s714/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-28%2Bat%2B04.50.54.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="714" data-original-width="513" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-i86K2MbPjHQ/YLChKfvfHHI/AAAAAAAAC0w/4jrSvoz6oCYWSsCxay0OqzEHQn9bBHcIQCNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-28%2Bat%2B04.50.54.jpeg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p><p style="text-align: justify;">Jane the Virgin é um pastiche das novelas hispanoamericanas. E, como uma boa novela, é uma comédia que tem dramalhão, triângulo amoroso, um pai engraçadíssimo, um grande mistério (a investigação de Michael) e uma vilã que é impossível não amar.</p><p style="text-align: justify;">Jane decide se guardar para o casamento por causa da forte religiosidade de sua avó e também porque não quer ser igual à mãe, que a teve com apenas 16 anos e sofreu muito com isso, como acontece com todas as mães adolescentes.</p><p style="text-align: justify;">Uma das coisas mais interessantes da série, pelo menos pra mim, é a sororidade das mulheres Villanueva. Elas podem brigar e se desentender, e isso acontece, mas estão sempre lá uma para as outras. Isso é muito importante quando pensamos no movimento feminista e nas reivindicações que, nós, mulheres, sempre temos. Há até uma referência ao teste de Bechdel! Perfeito! Divino! Maravilhoso! Além disso, há uma empreiteira mulher. Que a gente tenha que comemorar isso em pleno 2021 é uma tristesa, mas tem.</p><p style="text-align: justify;">Mas chegando na história, no primeiro capítulo, Jane é acidentalmente inseminada artificialmente, então ela se torna uma grávida e, depois, uma mãe virgem. Seu sonho é ser escritora e, apesar das dificuldade de lidar com a maternidade e a busca por uma carreira, ela segue em frente. Aqui a gente volta na sororidade: sem a ajuda da família, ela não conseguiria.</p><span><a name='more'></a></span><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Só um parênteses: há uma cena em que Jane, no primeiro dia da pós-graduação em escrita criativa leva o filho para a aula. Ele chora e seu carrinho acaba caindo pelas escadas e batendo na professora. O reitor, então, diz à Jane que ela não pode levar o filho para a escola, por isso ela precisa encontrar pessoas para cuidar dele enquanto estuda. Isso é problemático. Crianças choram? Sim! Elas podem atrapalhar? Sim! Mãe que não têm com quem deixar os filhos deveriam ser privadas de estudar? NÃO!!! São as instituições de ensino que precisam estar preparadas para essa situação!</p><p style="text-align: justify;">Jane é romântica, ingênua e, às vezes, até mesmo infantil. Mas ela também é uma mulher forte, determinada q,ue põe o coração em tudo o que faz e não desiste dos seus sonhos, não importando as dificuldades. Eu, como escritora, me identifico com ela, já que busco furar a bolha de ter leitores que vão além das amizades. Como disse, Jane não desiste, é obstinada e sabe o que quer. Mesmo que, às vezes, duvide de si mesma, nunca deixa que essas dúvidas a desviem de seu caminho. Por isso, quando crescer, quero ser Jane Villanueva.</p></p><span><!--more--></span><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"> Para conhecer meus livros, acesse <a href="www.mahanacassiavillani.com.br" target="_blank">www.mahanacassiavillani.com.br</a></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-82137095720937749262021-06-14T06:03:00.001-03:002021-07-06T04:50:56.772-03:00A strange stirring - Stephanie Coontz<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/--BU-JoIvFsM/YLC0Yc4hTZI/AAAAAAAAC2o/TSJspInFwl80OXTEFt0eHEDTPNU6bFsIgCNcBGAsYHQ/s833/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-28%2Bat%2B06.13.33.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="833" data-original-width="576" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/--BU-JoIvFsM/YLC0Yc4hTZI/AAAAAAAAC2o/TSJspInFwl80OXTEFt0eHEDTPNU6bFsIgCNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-28%2Bat%2B06.13.33.jpeg" /></a></div><br /><p></p><p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black;">The Feminine Mystique and American Women at the Dawn of the
1960s <o:p></o:p></span></b></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;">Um programa
que gosto muito de assistir é o<span class="apple-converted-space"> </span><i>The
Daily Show</i>, que aborda os assuntos mais presentes na mídia e expõe a
construção de sua retórica e contradições. Nos últimos minutos de cada
episódio, John Stewart entrevista um convidado. Foi assim que eu ouvi falar de<span class="apple-converted-space"> </span><i>A Strange Stirring.</i> Stephanie
Coontz era a entrevistada do dia e levantou questões muito interessantes, então
acabei comprando seu livro, que fala sobre a situação das mulheres na década de
60 e sobre como o lançamento d’<i>A mística feminina</i><span class="apple-converted-space"> </span>de Betty Friedan em 1963 influenciou o
movimento feminista.<o:p></o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;">Sempre que
se fala sobre o movimento feminista,<span class="apple-converted-space"> </span><i>A
Mística Feminina<span class="apple-converted-space"> </span></i>é mencionada
como um dos pilares de sua segunda onda. O livro, considerado um dos mais
influentes do século XX, causou grande impacto na vida de muitas mulheres e ante
seu sucesso, obteve uma oposição tão ferrenha quanto sua defesa. A opressão da
década de 50, assim como a falsa construção da feminilidade como sinônimo de
satisfação com casamento, maternidade e afazeres domésticos imposta severamente
após as mais liberais décadas anteriores, na quais, devido às grandes guerras,
mulheres compunham grande parte da força trabalhadora dos Estados Unidos, é
especialmente tocante. Logo no início do livro, há alguns trechos de relatos
que demonstram as implicações de valores cada vez mais restritivos sendo
impostos: <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><i><span style="color: black;">“Os
pensamentos que eu tinha eram terríveis. Eu desejava ter outra vida. Eu
acordava e começava a limpar e lavar roupas e me sentia miserável. Ninguém
parecia entender. Minhas amigas não se sentiam assim. Eu simplesmente supus que
eu seria punida de alguma forma. Isso é o que acontece com mulheres que são
egoístas. Minhas amigas diziam: você é tão egoísta.” </span></i><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;">Mas o livro
não é simplesmente uma exaltação de Betty Friedan e de seus méritos. Stephanie
Coontz, na verdade, é bastante crítica e nomeia um de seus capítulos de<span class="apple-converted-space"><i> </i></span><i>Desmistificando A Mística
Feminina</i>, no qual ela lembra que apesar de todo o impacto que teve, o livro
foi o resultado da insatisfação crescente e de muitos movimentos e
manifestações sociais que possibilitaram sua escrita e no qual ela ressalta
que, apesar de toda a veneração que o livro causa até hoje, se seu texto for
analisado, ele é bem moderado, pois um dos principais objetivos de sua autora
era ajudar mulheres insatisfeitas melhorarem sua vida em família. <o:p></o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;">Em suma,<span class="apple-converted-space"> </span><i>A Strange Stirring</i><span class="apple-converted-space"> </span>analisa de forma detalhada o momento
histórico do lançamento d'<i>A Mística Feminina</i>, seu impacto, seus méritos
e suas falhas, além de propor questões sobre a situação atual principalmente no
que tange à relação entre carreira, educação e família para a mulher moderna. O
livro é ótimo para quem gostaria de conhecer mais sobre a mulher nas décadas de
50 e 60 e o movimento feminista de forma geral. Infelizmente, acredito que esse
livro não tenha tradução para o português, mas para quem puder, é uma leitura
interessante e enriquecedora.<o:p></o:p></span></p>
<p style="margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black;"> Para conhecer meus livros, acesse <a href="www.mahanacassiavillani.com.br" target="_blank">www.mahanacassiavillani.com.br</a><o:p> </o:p></span></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-40321233850790436332021-06-07T02:26:00.002-03:002021-07-06T04:47:26.744-03:00Antes de tudo Um teto só meu<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/--BLZTBYTQhk/VOE08tvtBpI/AAAAAAAAA2o/TpQ1822d910/s1600/Antes%2Bde%2Btudo%2B1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/--BLZTBYTQhk/VOE08tvtBpI/AAAAAAAAA2o/TpQ1822d910/s1600/Antes%2Bde%2Btudo%2B1.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Em 1928, Virginia Woolf, já naquela época uma renomada escritora, foi convidada pelas faculdades de Newnham e Girton, faculdades para mulheres integrantes da Universidade de Cambridge, para uma série de palestras entituladas: Women and Fiction (Mulheres e Ficção). Ela resolveu falar sobre feminismo.</div>
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<br /></div>
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A primeira parte da palestra trata da história de uma mulher que, como ela, é convidada para falar sobre Mulheres e Ficção. Virgínia conta o dia e o fluxo de pensamento dessa mulher que pondera sobre o real significado do tema em questão, o qual é vasto e pode significar muitas coisas. Interessante que durante esse dia, os pensamentos da personagem são muitas vezes interrompidos, pois ela está adentrando território masculino, um exemplo é quando tenta entrar em uma biblioteca.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A escritora continua falando sobre muitas coisas relevantes em relação a condição da mulher e sua falta de liberdade e autonomia. Também faz um panorama da história da literatura feminina e demonstra como as mulheres vêm sendo prejudicadas pelo patriarcalismo.</div>
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<br /></div>
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Uma das partes mais interessantes de A room of one's own é quando a autora discorre sobre a pobreza da representação da mulher na literatura. Elas, em sua esmagadora maioria, são mostradas de acordo com suas relações com o sexo masculino, elas são amantes, mães e filhas, mas raridade é encontrar duas mulheres que tem laços de amizades explorados em livros.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-n2cXN2tFufM/VOE08gWPR4I/AAAAAAAAA2g/TxZEp6yxoVM/s1600/Antes%2Bde%2Btudo%2B2.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-n2cXN2tFufM/VOE08gWPR4I/AAAAAAAAA2g/TxZEp6yxoVM/s1600/Antes%2Bde%2Btudo%2B2.jpg" width="265" /></a>Na década de 90, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Alison_Bechdel">Alison Bechdel</a>, em seu quadrinho Dykes to watch out for, na tira com título The Rule, traz um tópico muito interessante quando uma das personagens explica suas regras para assistir um filme:</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1. É necessário haver pelo menos duas mulheres</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2. Elas tem que conversar</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3. Sobre algo que não seja homens.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A tirinha termina com a personagem dizendo que faz tempo que não assiste nenhum filme.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 2021, em sites e fóruns sobre cinema e/ou feminismo, percebo que as pessoas ainda têm uma dificuldade enorme para encontrar filmes, livros, séries e quadrinhos que se encaixem nessas regras. Eles existem, é claro, e em grande quantidade, mas se comparado com aqueles que não se encaixam na regra, seu número ainda é pequeno, e se for analisada a mídia dominante, como blockbusters, novelas, etc, esse número fica ainda menor. O mesmo acontece com a literatura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi por isso que eu, escritora, escolhi esse nome para meu blog. Sou uma mulher vivendo num mundo hostil. Estou cansada de encontrar obras de qualidade que são pouco revisadas, que são pouco estudadas pela academia e que são taxadas de literatura menor simplesmente porque quem as escreveu tem uma vagina. Já passou da hora de mudar essa situação. Sozinha, não posso muito. Mas tudo o que puder, tentarei fazer aqui.
Para conhecer meus livros, acesse <a href="www.mahanacassiavillani.com.br" target="_blank">www.mahanacassiavillani.com.br</a></div>
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-73539473154326342742021-05-31T04:26:00.001-03:002021-07-08T09:03:55.025-03:00Cortar ou não cortar o cabelo?<p> </p><p><br /></p><p><span> Quando tive a pior crise bipolar da minha vida, sobre a qual falei no último post, meu cabelo começou a cair. Quando eu melhorei, ele continuou caindo. Se formavam grandes nós que eu não conseguia desfazer e precisava arrancar. O resultado: fiapos aqui e ali e vários cotocos bem pequenininhos.</span></p><p><span> Agora estou fazendo um tratamento e ele parou de cair, mas, toda vez que olhava os fiapos, me lembrava do momento mais difícil da minha vida. E isso me fazia muito mal.</span></p><p><span> Apesar de achar que não fico bem de cabelo curto, criei coragem e pedi pra minha cunhada cortar meu cabelo (não tenho coragem de arriscar cabeleireiro com essa pandemia).</span></p><p><span> Junto com os poucos fios, foram as lembranças daquele momento difícil. </span></p><p><span> Tirando do meu corpo a memória da doença.</span> </p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dLeuvKYL3Eo/YK-eNKC8vOI/AAAAAAAACxo/pe_Uym_b8Y0x9ueB_KtKgy2kiJG9Ol1PACNcBGAsYHQ/s752/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-27%2Bat%2B10.25.57.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="752" data-original-width="747" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-dLeuvKYL3Eo/YK-eNKC8vOI/AAAAAAAACxo/pe_Uym_b8Y0x9ueB_KtKgy2kiJG9Ol1PACNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-27%2Bat%2B10.25.57.jpeg" /></a></div><br /><p>Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-4980310953845737002021-05-27T07:37:00.004-03:002021-07-10T06:42:09.985-03:00A pior crise de bipolaridade que já tive<p style="text-align: justify;"> <span> </span></p><p><br /></p><p style="text-align: justify;"><span> </span>Tudo começou devagar. Era maio de 2020, mas não teve a ver com a pandemia. Minha avó, que agora já partiu, tinha Parkinson, e nos últimos anos de vida, entrava e saía de hospitais frequentemente. Ela estava internada, e eu tinha medo de ficar sozinha em casa enquanto minha mãe ficava com ela. Primeiro sinal. </p><p style="text-align: justify;"><span> </span>Comecei a ficar na casa da minha irmã enquanto minha mãe estava no hospital. Mas eu não conseguia ficar sentada. Ficava deitada olhando para o computador esperando aparecer trabalho. </p><p style="text-align: justify;"><span> Minha avó voltou para casa, mas eu continuei ficando deitada, me sentindo cada vez pior. </span><br /></p><p style="text-align: justify;"><span><span> Então chegou o dia. Estava numa reunião de trabalho ouvindo as pessoas e nada daquilo fazia sentido para mim. Eu senti uma vontade enorme de cortar os pulsos. Tudo na minha mente me dizia que era isso que precisava fazer. Fui até a cozinha e peguei uma faca grande e afiada. Logo que comecei a enfiá-la na carne, minha mãe chegou bem quando eu estava começando, então ficou só um arranhão. Ela escondeu todas as facas.</span><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span><span> Depois, eu comecei a ter uma ideia fixa. Queria furar os olhos. Ela teve que esconder todas as coisas pontiagudas: pinça, cortador de unha, tesoura e até uns palitos aromáticos que eu quebrei e tentei enfiar nos olhos.</span><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span><span><span> </span>Falava com meu psiquiatra toda semana e toda semana ele mudava o remédio. Acho que nada profissional. Até que chegou o dia em que recebi uma mensagem da secretária dele dizendo que ele havia parado de atender por tempo indeterminado. Era mentira. Conhecia uma menina que passava com ele e ela continuou indo nas consultas normalmente.</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span><span><span> Foi aí que caí de vez. Passava com ele há uns 6 anos. E quem tem esse tipo de problema sabe que a relação com o psiquiatra tem que ser de total confiança.</span><br /></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span><span><span><span> Eu ficava deitada no sofá de pijama o dia inteiro, com uma almofada apertada contra o peito para tentar segurar a angústia.</span><br /></span></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span><span><span><span><span> A empresa em que eu trabalhava e, principalmente, meu chefe, foram muito humanos. Aceitaram vários atestados sem me colocar na caixa.</span><br /></span></span></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span> Uma amiga recomendou um psiquiatra para mim e foram uns sete meses até acertar o remédio. Sete meses chorando, sem conseguir tomar banho, com uma angústia sem fim. Eu queria morrer, mas não tinha forças nem para tentar me matar.</span><br /></p><p style="text-align: justify;"><span><span> Mas, enfim, melhorei. Não quero nunca mais passar por isso, mas sei que é uma possibilidade.</span><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span><span> Acredito, porque preciso acreditar, que a bipolaridade me deu um presente: o dom da escrita.</span><br /></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span><span><span><span> Bipolares com frequência têm tendências artísticas. </span><br /></span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span> Mas, nunca, nunca romantize essa situação. Disturbios mentais são um assunto sério.</span><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-6164533594468658252021-05-27T06:31:00.007-03:002021-07-08T09:01:10.467-03:00E Marília?<p><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Era como se Marília sempre tivesse sido mãe. Sua carreira
promissora na juventude fora apagada pelos muitos anos em que cuidou dos
filhos. Era a mãe modelo. Sempre respeitando, sempre tentando ouvir, deixando
que as crianças, e depois adultas, tivessem sempre sua individualidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Quando seu pai morreu, se tornou mãe da própria mãe, que
tinha sido criada à moda antiga e, como tal, não sabia fazer nada da vida
prática sozinha. Marília tinha que levá-la ao mercado, ao médico, à
fisioterapia, à natação. Também precisava ter os cuidados emocionais, então a visitava
todos os dias para que não se sentisse sozinha. Na casa pequena de Marília, não
havia espaço físico para sua mãe.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Era uma espécie de tortura porque a mãe, diferente de
Marília, nunca tinha sido uma mãe de verdade e a deixara com feridas profundas
e uma sensação de abandono da qual não conseguia se desvencilhar e que, sem
querer, passou para as filhas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A situação piorou quando veio o diagnóstico de Parkinson.
Foi preciso encontrar lugar para a mãe de Marília em sua casa e isso aconteceu
porque, naquele ano, as duas filhas se mudaram. Uma para casar, a outra para
morar sozinha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Marília deparava-se com uma nova filha. Um corpo de mulher
exigindo cuidados de criança. Fraldas, pomadas, papinhas. Tudo durou mais ou
menos cinco anos e, nesse período, a filha de Marília que havia saído para
morar sozinha e que se chamava Clarice, voltou. Dormia na sala. Era depressiva
e bipolar, então Marília precisava cuidar dela também. Duas filhas grandes como
se fossem pequenas não é tarefa fácil para uma mulher, mas Marília era a
mulher. E fazia tudo não com resignação, mas com uma vontade de ferro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Depois que a mãe partiu e a Clarice melhorou (encontrou um
bom psiquiatra e acertou os remédios), ela decidiu fazer inseminação artificial
e ter seu próprio filho ou filha. Marília apoiou, sua outra filha tinha uma
mulher, uma companhia, mas Clarice era sozinha. Talvez por seus problemas nunca
conseguiu fixar-se em um relacionamento duradouro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Fizeram o procedimento com todos os medos, dores e alegrias
que ele traz e Clarice finalmente engravidou. Uma menina a que chamou Cecília.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Clarice tomava seus remédios, estava bem e cuidava da filha
com o maior amor que conseguia sentir. Marília também fazia sua parte, era mais
que avó, era segunda mãe.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conforme Cecília crescia, Clarice começou a ter cada vez
mais dificuldades em engolir. Principalmente os remédios, engasgava e vomitava
com frequência. Marília se preocupava e exigiu que ela fizesse os exames de
Parkinson. Eles não são tão precisos assim, mas era melhor ter uma ideia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O médico foi taxativo. Sim, havia a presença do Parkinson, e
os sintomas começariam a aparecer. Marília e Clarice choraram muito. Clarice
tinha presenciado todo o sofrimento da mãe e não queria que ela passasse por
tudo aquilo de novo. Cecília tinha cinco anos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conversaram muito e tomaram uma decisão. Mãe, não chore por
mim, te deixo de presente meu bem mais precioso. Cuide dela e tente fazer ela
não se esquecer de mim. Eu te amo com todo o meu coração e quero que você viva
feliz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times",serif; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Clarice pegou todos os comprimidos de Rivotril que tinha em
casa e os tomou de uma vez. Deitou-se no colo da mãe com a filha a seu lado.
Quando percebeu que Clarice havia parado de respirar, a mãe acariciou seus
cabelos, pegou o celular e chamou a ambulância.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-20029173289488951712021-05-27T04:28:00.003-03:002021-07-26T07:27:07.499-03:00O caminho da serpente<p> É com muita alegria que anuncio a publicação do meu novo livro, O caminho da serpente. </p><p>Escrever é um derramamente, um chamado. E poder compartilhar esse chamado com os outros é um presente sem igual. Vou colocar aqui a capa e um conto do livro. Quem quiser adquirir é só entrar no site <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a> ou me procurar no Whatsapp (11) 99111-7614 . </p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-u4lCz0A9Gek/YK9JqU1eYlI/AAAAAAAACxY/3YLBMEDd3P0LyToVRRzLrumRyOQbpL1SwCNcBGAsYHQ/s1280/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-23%2Bat%2B05.12.38.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="868" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-u4lCz0A9Gek/YK9JqU1eYlI/AAAAAAAACxY/3YLBMEDd3P0LyToVRRzLrumRyOQbpL1SwCNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-23%2Bat%2B05.12.38.jpeg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-P3ui8tJo-FU/YK9JuWiDFMI/AAAAAAAACxc/ZJJb4owSpSYC9rkeHIClFneRjI2jMcD1ACNcBGAsYHQ/s1280/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-18%2Bat%2B07.37.46.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="958" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-P3ui8tJo-FU/YK9JuWiDFMI/AAAAAAAACxc/ZJJb4owSpSYC9rkeHIClFneRjI2jMcD1ACNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-05-18%2Bat%2B07.37.46.jpeg" /></a></div><br /><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Em "O caminho da serpente", Mahana Cassiavillani dá provas que sua voz tem o peso e as medidas necessárias para fincá-la entre as grandes escritoras da literatura contemporânea. No segundo livro de contos, gênero que pratica com maestria, a autora se contorce, mais uma vez, entre temas difíceis; não de modo panfletário, mas plenamente absorvidos pelos corpo textual: a criança gorda, a menina lésbica, o filhinho da mamãe, situações de assédio, masturbação, depressão, traição, doença, bullying, invisibilidade, perdas, reaparecem com a mesma ironia, mas agora, deitados com uma enganosa indiferença sobre o papel.</p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Isso porque se o caminho é o mesmo - as violências naturalizadas no cotidiano - a serpente trocou de pele: "Cobra real. Cobra pássaro que voa livre de amarras. Meus braços que não são se abrem em prece" e deixa seu rastro numa espécie de travessia entre os contos. Assim, vemos a ausência tão presente pai - da desaparição pelo abandono à morte - perpassar a grande maioria dos contos, deixando marcas profundas nas personagens. A narradora também vai trocando de pele, sendo ora uma, ora outra, irmanando-se de suas personagens para deflagrar situações terríveis a partir da mesma lente acostumada desses indivíduos vidrados em programas sensacionalistas que os olham sem ver, ou melhor, sem sentir. Tudo isso num provocativo serpentear que avança e retrocede com presteza: "Quando adulta, entendeu que, quando criança, fora muito pobre".</p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Essa horizontalidade na escritura, no entanto, é surpreendida por movimentos fatais: como a cobra real, que se caracteriza por botes certeiros antecedidos ou seguidos de encolhimentos, Mahana finaliza com imagens verticais que nos abismam ao final de cada conto. É uma picada cerebral. A essa autonomia plenamente constituída somam-se ainda as ilustrações de Jacqueline Harsche, que acrescentam provisoriedade e subtaneidade à natureza já serpenteante dos textos.</p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Geruza Zelnys</p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-16929706838607967122018-09-21T11:28:00.001-03:002021-06-01T05:34:18.875-03:00Bonsai - Alejandro Zambra <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-1fkOfN9Rwk8/W6T_rBKBNFI/AAAAAAAACXI/LW40Y6MQHn8zIrNhZplNTUcs4H4naeg8QCLcBGAs/s1600/Captura%2Bde%2BTela%2B2018-09-21%2Ba%25CC%2580s%2B11.26.15.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="326" data-original-width="233" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-1fkOfN9Rwk8/W6T_rBKBNFI/AAAAAAAACXI/LW40Y6MQHn8zIrNhZplNTUcs4H4naeg8QCLcBGAs/s320/Captura%2Bde%2BTela%2B2018-09-21%2Ba%25CC%2580s%2B11.26.15.jpg" width="228" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No final ela morre e ele fica sozinho, ainda que na verdade ele já tivesse ficado sozinho muitos anos antes da morte dela, de Emilia. Digamos que ela se chama ou se chamava Emilia e que ele se chama, se chamava e continua se chamando Julio. Julio e Emilia. No final, Emilia morre e Julio não morre. O resto é literatura.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Poeta chileno, nascido em 1975, Alejandro Zambra estreou na prosa com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Bonsai</i>, que carrega muitos toques de poesia e pode ler lido quase que como um sonho, cheio de detalhes com significado pungente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Bonsai</span></i><span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> conta a história de Julio e Emilia, um jovem casal de universitários que não fica junto no final. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Uma narrativa clássica serve para contar uma história, mas, ao revelar tudo no primeiro parágrafo, Alejandro Zambra subverte a lógica tradicional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para quem é fã de literatura, a leitura da obra é um prazer, pois essa forma de arte percorre toda a narrativa, como no trecho: <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A primeira mentira que Julio contou a Emilia foi que tinha lido Marcel Proust.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O relacionamento, baseado na mentira da literatura já começa fadado ao fracasso. E ambos, relacionamentos e literatura, não vêm fácil, é preciso trabalhá-los, coisa que o autor faz com maestria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na narrativa, as frases são curtas, assim como o próprio texto. Como um bonsai, a obra de Alejandro Zambra é pequena e primorosa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
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<span style="font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nota: 5/5<o:p></o:p></span></div>
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-54631875242181257862017-10-25T11:13:00.002-02:002021-07-26T07:27:47.713-03:00Um sonho que se realizaFinalmente estou realizando meu sonho de publicar um livro! <3 <3 <3<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-ADv8gxISFdY/WfCNuinCN2I/AAAAAAAABYg/m4IMsIlq690RP-1qGP7wSTpttKUIvqvzQCLcBGAs/s1600/IMG_20171025_111136.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="723" data-original-width="720" height="320" src="https://2.bp.blogspot.com/-ADv8gxISFdY/WfCNuinCN2I/AAAAAAAABYg/m4IMsIlq690RP-1qGP7wSTpttKUIvqvzQCLcBGAs/s320/IMG_20171025_111136.jpg" width="318" /></a></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-AgDv3We1bgs/YM3itXqZX8I/AAAAAAAAC4Q/WrSY6AXubC8_TMxCsKPmcBT4G5GpRS1-wCNcBGAsYHQ/s1024/WhatsApp%2BImage%2B2021-06-19%2Bat%2B09.26.06.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="646" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-AgDv3We1bgs/YM3itXqZX8I/AAAAAAAAC4Q/WrSY6AXubC8_TMxCsKPmcBT4G5GpRS1-wCNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-06-19%2Bat%2B09.26.06.jpeg" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-TIHb15MDjVc/YM3izPJAsXI/AAAAAAAAC4U/bmbwmn6oFmca5FCXa-HV-MHSUGd0vdPWwCNcBGAsYHQ/s1024/WhatsApp%2BImage%2B2021-06-19%2Bat%2B09.26.37.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="952" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-TIHb15MDjVc/YM3izPJAsXI/AAAAAAAAC4U/bmbwmn6oFmca5FCXa-HV-MHSUGd0vdPWwCNcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-06-19%2Bat%2B09.26.37.jpeg" /></a></div><br /><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;"><br /></p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Prepare-se leitor.</p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Os contos de "Deus é bom e o diabo também", livro de estreia de Mahana Cassiavillani, são uma afetuosa arma de deixar chagas que não cicatrizam. Contos habitados por seres que vagueiam entre a delicadeza e a crueldade. Estão tão próximo de nós que quase somos capazes de sentir o odor que exala de seus corpos, são pessoas comuns, anti-heróis. E podemos, de repente, nos reconhecermos neles. É provável que já tenhamos esbarrado em alguns desses seres.no ônibus, no metrô, no meio da rua ou em alguma repartição pública, mas também também é possível encontrá-los nas redes sociais e dentro de casa, no contato com a família. No entanto, é preciso enxergar para além de suas máscaras, cavouvar os segredos do que não está dito. </p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Mahana tem intimidade com a arte do conto. Sua narrativa vibra na tensão entre clareza, concisão e um lirismo ácido. Percorre o universo das relações humanas: dos amores incompreendidos, passando pelo desencanto do sexo ao desespero da existência. Investiga sem maquiagens essas relações, expõe os seus preconceitos, dramas, temores e anseios. Escancara o que o bom costume pede para se colocar debaixo do tapete. Não se compadece, nem enaltece suas criaturas, dá a elas a chance de ser o que são. Não há julgamentos, apenas os fatos. </p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Nesta potente coletânea de contos, contrariando o maniqueísmo, Deus e o Diabo estão sempre de mãos dadas. </p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Boa leitura.</p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Marcelo Maluf</p><p style="color: #333333; font-family: sans-serif, Arial, Verdana, "Trebuchet MS"; text-align: justify;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></p>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-86497066513476225372017-09-06T16:01:00.000-03:002017-09-06T16:13:41.333-03:00 Filhos do Vento<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-91lTWhwSrW0/WbBFpS9EInI/AAAAAAAABXA/qOyEgeO6px0k9MJYg7gTy1t8BqwFrcgqgCLcBGAs/s1600/tarot-2114403_1920.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="425" src="https://2.bp.blogspot.com/-91lTWhwSrW0/WbBFpS9EInI/AAAAAAAABXA/qOyEgeO6px0k9MJYg7gTy1t8BqwFrcgqgCLcBGAs/s640/tarot-2114403_1920.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando tudo está perdido, os ciganos olham para o céu. Lily ouvia as palavras proferidas pelo sábio Miguel como se cada uma delas pudesse salvar a sua vida. Talvez pudessem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não era um cigano comum e não gostava de falar de si, mas, do pouco que sabia, Lily apreendia ancestralidades. Miguel também havia sido treinado como mago, no entanto, preferia surgir sob o símbolo do povo nômade porque gostava de se sentir mais próximo das pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sua cor era o roxo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lily gostava de Miguel e gostaria que Miguel gostasse dela. Todas as terças conversavam. Atendimento, era o nome dado na instituição. Já fazia algum tempo e o progresso era lento. Coisas da mente e do espírito, que Lily, em seus delírios de culpa, não podia compreender.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O cigano Miguel a incentivava a viver, a não desejar a morte e, principalmente, a não morrer em vida. O culto ao amor, às festas e o otimismo resiliente face a todas as dificuldades são característicos da linha dos ciganos e, por isso mesmo, Lily fora direcionada a ela. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Frequentemente recebia ofertas de vinho, frutas e sugestões em relação ao modo de encarar a vida. Aceitava de bom grado o vinho, as frutas; e as sugestões em relação ao modo de encarar a vida ficavam para uma próxima. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não seria possível que tantas ondas de energia espiritual, tantas velas, tantos momentos em cômodos preparados não surtissem efeito. Falava com Miguel, finalmente, sobre a vida, parte dela, que podia ou não ser boa e decerto era negligenciada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Era o amigo de um ex por quem muito sofrera. À pessoa que questionara por que aqueles homens seriam amigos se realmente fossem tão diferentes, nada dissera. A Miguel, falara sobre conversas e momentos agradáveis de acolhimento. Tudo o que ela sempre desejara, mas nunca obtivera do pai. E, só mais tarde descobriria, da mãe.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Miguel, em sua sabedoria, falara sobre a vida, sobre a importância de buscar aquilo que nos faz bem e sobre muitas coisas belas e poéticas que Lily não saberia reproduzir. A ela, o cigano entregou duas maçãs, dizendo apenas e enigmático que as frutas são perecíveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim que saiu da instituição, Lily enviou uma mensagem ao amigo do ex dizendo que precisava dar a ele uma coisa e que precisava ser o mais rápido possível. O homem, que costumava demorar para responder mensagens, dessa vez não o fez e no mesmo instante e marcou o encontro para o dia seguinte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lily preparara-se para fazer o necessário assim que estivessem no carro, pensou que não conteria a ansiedade, mas o medo foi maior. Quando chegaram ao restaurante, o amigo do ex perguntou o que ela precisava tanto dar. Lily respondeu que teria vergonha de fazer aquilo no restaurante, que seria melhor resolver tudo depois do jantar. Ele concordou. Saíram do italiano já de madrugada, a noite havia sido muito agradável apesar do garçom que ria dos dois como se fossem crianças.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando ele estava pronto para deixá-la na porta de casa, a tensão crescia e não havia mais desculpas. Lily precisava vencer o medo e partir para a ação, não havia mais como fugir. Era chegada a hora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Contendo o tremor do nervosismo nas mãos, quase imóvel, sem coragem de olhar para os lados, entregou a maçã. Não conseguiu dizer nada. O amigo do ex começou a comê-la imediatamente. Disse que era seu tipo de maçã preferido, que, se fosse ao mercado, era exatamente aquele tipo de maçã o que escolheria comprar, disse ainda que estava crocante, na consistência certa, e com o exato equilíbrio entre doce e azedo. Comeu até o caroço. Perguntou se ela não comeria a dela e perguntou qual era mesmo a história das frutas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lily mordeu a sua já um pouco murcha e disse, ganhei de um cigano na Umbanda, mas juro que não a esfreguei nas minhas calcinhas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele riu desconfortável, enrubescendo. Lily pensou que ele não conseguia olhar para ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Saiu do carro e entrou em casa também sem conseguir olhar para si mesma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Jogou o resto da maçã fora. Nunca fora sua fruta preferida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não se viram novamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Viver, nunca mais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<style>
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</style>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-57219635795254476122017-07-22T13:24:00.000-03:002017-07-22T16:03:02.647-03:00Como clichete<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-MOBW7jognB4/WXN80w56ZnI/AAAAAAAABVk/q6jcHITay5Y9waFlZe2mjWHLC8SfvBLIQCLcBGAs/s1600/Chicletes_1980.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="410" data-original-width="800" height="164" src="https://1.bp.blogspot.com/-MOBW7jognB4/WXN80w56ZnI/AAAAAAAABVk/q6jcHITay5Y9waFlZe2mjWHLC8SfvBLIQCLcBGAs/s320/Chicletes_1980.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Roboto-Regular, HelveticaNeue, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-align: left;">Poema visual de Philadelfo Menezes</span></div>
<br />
O trabalho engole a gente. Engole, não. Mastiga. E depois cospe. E a gente não sabe mais o que é perna, braço, cotovelo. Não sabe mais o que é gente. Se é gente.<br />
<br />
E no trabalho a gente pede mais. Olha essa parte macia, delicada. Pronta pra ser engolida. Mas eles nunca engolem. A gente nunca pertence.<br />
<br />
Fazem a gente querer pertencer. Senão é chutado pra fora. Senão não é bom o suficiente. Se não vai morrer de fome.<br />
<br />
Trabalho é objeto de consumo.<br />
<br />
Que a gente consome e quer consumir pelo medo.<br />
<br />
O trabalho faz a gente querer ser mastigado, pedir pra ser mastigado. E quando percebe que não está sendo mastigado o suficiente, a gente fica com medo de não ser mastigado nunca mais.<br />
<br />
E passa a vida tentando ser mastigável. Fazendo curso de mastigação para business. De comunicação mastigável. <br />
<br />
Tem umas pessoas que parecem que não sabem, ou sabem demais, ou fingem não saber.<br />
<br />
Elas não são mastigadas. São flexíveis. Se grudam nos dentes como chiclete e deixam a mordida ainda mais dura.<br />
<br />
Acham que fazem parte, se sentem parte e se não der certo, vão ser parte em outro lugar. <br />
<br />
Enganam talvez a si mesmas e aos outros. Ou talvez não enganem ninguém.<br />
<br />
Quem descobre que é mastigado e que sempre pediu pra ser mastigado não sabe olhar pra essas pessoas. Tem raiva, inveja e orgulho.<br />
<br />
Orgulho de ficar preso entre dentes por não saber aceitar.<br />
<br />
Um orgulho do medo, da negação, do aprender-se mastigado e não ter sobrado nada. Nem uma parte sem marca de mordida.<br />
<br />
A consciência da miséria.Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-81175323463212388012017-04-23T12:58:00.001-03:002021-08-01T05:57:57.865-03:00Feminismo branco de apartamento<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-lFtSwDQU_wE/WPzOXM-9PFI/AAAAAAAABT4/LVWfGDUZYZYjTJi-h4JWBJTn3X9Noit-ACLcB/s1600/clarice%2Bfalcao%2Bcover%2B2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><img border="0" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-lFtSwDQU_wE/WPzOXM-9PFI/AAAAAAAABT4/LVWfGDUZYZYjTJi-h4JWBJTn3X9Noit-ACLcB/s320/clarice%2Bfalcao%2Bcover%2B2.jpg" width="253" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Mari é uma feminista branca de apartamento. Além da questão da mulher, outras lutas a inquietam. Racismo, homofobia – de transfobia nunca ouviu falar –, desigualdade e pobreza estão dentre suas preocupações. É desconstruída.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">De tudo isso, o que mais a perturba são seus próprios problemas. Vestidos de feminismo branco de apartamento. Em bairro nobre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Não é má pessoa. Afinal, quanto é realmente possível estar no outro? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Sabe que é difícil ser mulher. Em apenas um dia de trabalho, tanta coisa acontece.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Segunda-feira, por exemplo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Mari sentiu-se mal durante o almoço, pois, ao entrar em um recinto comercial, como acontece às vezes, supôs que uma pessoa negra parada ali fosse funcionária do local. Sentiu-se mal, mas se perdoou. Sabe que é difícil supor que pessoa de tal cor e em tal recinto seja algo além de funcionária. É fruto da sociedade racista e extremamente desigual em que vivemos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">No mesmo dia, em conversa corriqueira perto da máquina de café, indignou-se ao ouvir que na empresa não havia negros. Não ficou surpresa com o preconceito das pessoas, a isso já estava acostumada, mas se indignou com a invisibilidade estrutural que os negros enfrentam em nossa sociedade, afinal a faxineira, a copeira e diversos membros do call center eram sim de pele escura e, apesar de, enquanto pessoa consciente perceber que estes não são cargos de chefia, sabe também que trabalhar em uma grande empresa já é um grande passo para sair das margens.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Mari sabia que tinha muito a aprender, mas não se deixava levar. Era uma pessoa equilibrada e, ainda na fatídica segunda-feira, ao ouvir que não havia pessoas de cabelos cacheados na empresa, revoltou-se e disse que usava chapinha sim porque acreditava que, dessa forma, ficava mais bela e não havia problemas nisso. Para uma mulher, é importante se colocar. Além disso, feminismo é liberdade, sempre soube.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Às vezes, tinha dificuldade para entender as pessoas. Não compreendia por que sua secretária do lar ainda mandava mensagens perguntando se podia pegar algo da geladeira. É claro que podia, ela já havia dito mil vezes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Questões como essas povoavam sua mente, pois sabia quanto era difícil ser mulher nesse mundo. Hiperssexualizada, opiniões desvalorizadas, preterida em promoções, temendo andar nas ruas, no metrô. Sentia profundamente a dor de ser mulher. Por vezes, chegava a pensar que...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Mas não se deixava radicalizar pelo medo. Entendia o poder que o medo tem de nos levar a extremos. Era uma agressão sem tamanho dizer a uma criança com câncer, uma criança, veja só, que ela não poderia usar um turbante. E turbantes nem são exclusividade da cultura africana. Mari tinha conhecimento desse dado porque estudava. Era importante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Procurava se inteirar de assuntos feministas e apoiá-los. Adorava Jout Jout e já tinha perdido a conta das vezes que assistira Survivor, de Clarice Falcão. Gostava muito mais do que a versão de Beyoncé. Sabia quanto era importante para as mulheres se colocarem e quase não perdoava as que não o faziam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Havia sido um dia difícil, cheio de lembranças de opressão cotidiana. Era o seu ser mulher. Voltou para casa exausta depois de tantas discussões. Pôs o lixo para fora. Maria o deixara na porta da sala, mas decidiu não falar nada, era só um lapso, e Maria era uma boa pessoa. Não se importou de descer até o térreo, caminhar até a lixeira, voltar pelo longo caminho e subir novamente. Era uma boa pessoa também.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Tudo bem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Entrou em casa. Atrás de si, fechou a porta e seguiu com seu feminismo. Branco. De apartamento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="font-size: large;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<style>
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</style>Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-11152436547771289042017-03-23T18:16:00.002-03:002017-03-23T18:20:50.924-03:00Classe média sofre<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-WcSNgcIKDWE/WNQ8KIf3Q6I/AAAAAAAABS4/075xZuprIXAo8SB5YtgwuyMMN7qyp_-5gCLcB/s1600/download.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="299" src="https://1.bp.blogspot.com/-WcSNgcIKDWE/WNQ8KIf3Q6I/AAAAAAAABS4/075xZuprIXAo8SB5YtgwuyMMN7qyp_-5gCLcB/s400/download.jpeg" width="400" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A vida de Luli não era fácil. Vinha de uma família pobre que ascendera socialmente nos anos daquele governo que diziam ser o mais corrupto da história. Aquele que havia tirado milhões da miséria e batido o recorde de construção de universidades públicas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Diferentemente dos pais, possuía um diploma universitário e só não terminara a especialização por motivos de doença. Tentava pela segunda vez. Sabia que, se não tivesse sido aprovada em faculdade pública, não teria podido estudar. No caso da irmã mais nova, a situação havia sido outra, e ela, com a ajuda da mãe, pagara pelo ensino superior. Quatro anos podem fazer muita diferença.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Luli, apesar da boa faculdade, só tivera empregos ruins. Até o presente momento, é importante dizer. Não que atualmente o emprego fosse bom, afinal, empresas são empresas, e a atual não era tão diferente das outras. Alguns diziam que Luli deveria ser grata, já que o pagamento dos salários era costumeiro e só havia atrasado uma única vez. Também diziam, e talvez até acreditassem, que a empresa era boa e que os funcionários faziam horas extras, sem receber, é importante lembrar, porque assim o desejavam. Além disso, gostavam de enfatizar que o desemprego era grande e que estar</div>
<div style="text-align: justify;">
empregado era uma benção.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Luli, do alto de sua insegurança, impressionava-se com a burrice das pessoas. Como podiam ser tão burras? Burras, independentemente de onde vinham, de onde estudavam, do que faziam. Realmente burras, Luli pensava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sim. Aquele era o melhor emprego que tivera, o que pagava o melhor salário. Mas nada daquilo era caridade, Luli não tinha dúvidas. O que se dava era mera contrapartida por serviços prestados. Se um dia a empresa não desejasse mais tais serviços, a mandaria embora no mesmo instante, sem poréns, sem dilemas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, por melhor que fosse o salário, era menos do que suficiente, visto que Luli encontrava-se em situação das mais difíceis, sem saber o que fazer, sem solução a iluminar seus horizontes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há pouco menos de uma semana, havia sido convidada pela irmã a fazer uma viagem. Veja só. Com todos os problemas de relacionamento que enfrentavam, para Luli, era um convite no mínimo peculiar. O local: Disneyland. A irmã, em situação financeira muito mais confortável, havia escolhido o parque como local de comemoração da lua de mel e gostara tanto, mas tanto que, menos de seis meses depois, planejava a segunda visita à moradia do roedor mais querido do planeta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Era um convite com muitas implicações, todas as quais somavam-se à confusão de Luli. Emocionais, intelectuais, relacionais, fraternais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, à frente de todas e maior que todas, estava ele, motivo de tantas disputas, mortes, sofrimento e separações: o dinheiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para realizar a viagem, Luli teria que gastar mais da metade de todo o dinheiro que havia guardado em toda a sua vida. MAIS DA METADE. Não sabia o que fazer. Diferentemente da irmã, não tinha imóvel em seu nome, não tinha automóvel nem previdência. Nada. Sentia-se desamparada. A injustiça do mundo era pungente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como uma pessoa sozinha, precisava cuidar de si. Percebia, em seu dilema, o peso da desigualdade social. Alguns com tanto, outros com tão pouco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ir à Disney seria uma memória, o que todos diziam não ter preço. Mas Luli sabia muito bem que era possível contar as notas necessárias para produzir a memória de ir à Disney. Mais da metade de suas economias. Isso se Luli não fizesse muitas compras. De fato, era uma viagem custosa.<br />
<br />
E o dólar tão caro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Seu dilema a consumia e, a cada dia, sem saber o que fazer, alimentava rancor pelo mundo, pela empresa e pela massa inconsciente que nada fazia. Não era justo. Em seu sofrimento, lembrava-se de certo dia em que, ao esboçar seu desejo de viajar a Miami com as despesas pagas pela empregadora, ouviu de pessoa de vida muito mais fácil que aquilo era um absurdo, que era impossível compreender por que Luli teria vontade de viajar daquela forma. A pessoa de vida fácil, em sua generosidade cega, ainda disse que a passagem custava pouco mais de dois mil reais e que Luli poderia guardar o dinheiro e viajar por conta própria. DOIS MIL REAIS. A falta de consciência da realidade social é realmente impressionante, Luli pensava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em meio à raiva e à confusão, Luli lembrava-se do episódio e de muitos outros proferidos por pessoas de vida fácil que não eram especialmente más, apenas alienadas e que, por terem privilégios em uma sociedade injusta, acreditavam que todos podiam ir à Disney quando quisessem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por meses Luli ponderou, refletiu, contabilizou. Uma verdadeira tortura. Ela fez contas, horas extras, pensou em aumentos. Tudo em prol da caríssima memória que agora desejava criar. Debruçou-se sobre o assunto dia e noite. Incessantemente. Chegava a sonhar com a viagem, mas os sonhos não falhavam em se tornar pesadelos, e ela, relutante, obrigou-se a aceitar a derrota. Era vítima de uma sociedade desigual. Desigual até mesmo no seio da família, que permitia que uma irmã fosse à Disney por dois anos seguidos, sem prejuízo do orçamento, e que impossibilitava a outra de ir ao menos uma vez, a não ser que destruísse o esforço de uma vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Luli ficou. Com dor e remorso, ela se deixou ficar, mas, do episódio, aprendeu uma dura lição sobre distinções sociais e injustiça. O mundo é dividido em dois tipos de pessoas: as que vão e as que não vão à Disney. E ela sabia bem qual era o seu lugar.</div>
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-56285690725571443052016-07-03T21:44:00.002-03:002021-07-26T07:28:25.427-03:00Saliva, sêmen e sangue<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Havia se tornado hora de acordar, abrir as janelas, sentir o calor do sol, respirar e ser corpo novamente, mas a única janela possível havia se feito concreto, e todas as manhãs eram enfim noites e, no ar puro, ela nunca deixaria de enxergar a sua sujeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Luana escolhia outras paisagens, caminhos baixos e cheios de barro, nos quais pudesse ver mais o céu sem deixar de sentir o vermelho da terra que buscava e que sabia ser. Fruto de infâncias que repetia na aprendizagem do seu ser mulher.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando seu corpo lhe dizia que havia chegado, Luana sabia que era apenas mais um e de qualquer forma assentia porque nunca soubera que era mesmo verdade que se podia dizer não. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Retirava-se desses momentos e deixava que seu corpo fosse, porque era outro que não ela. Via-o, sem vontade, com outros corpos que não viam a ela. Sedentos, débeis, com mãos que não sabem enxergar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando voltava a ser Luana, cuidava do que devia ser seu e não era. Limpava saliva, sêmen e sangue. Quantos corpos não sabiam o que era Luana, o que era corpo e o que era sentir? Quantas Luanas havia sido porque também não soubera qual era o seu corpo e como ser sem se tornar a dor de outro? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até mesmo seus olhos de Iemanjá estavam secos. As águas, que corriam livres em filhos da rainha das ondas, recusavam-se em Luana, não havia lágrimas nessas ocasiões, apenas sangue em um corpo sem ser. Sacrifício.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Luana aceitava seu destino porque o fazia ela. Punia seu corpo porque eram um e outro e não o mesmo. Saliva, sêmen e sangue. Sem Luana. Ou assim pensava sabendo que a dor pertencia a ambos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cansada de não ter mais lágrimas, resolveu que era hora de não ser mais corpo. Calou-o, calando-se a ela e, por muito tempo, achou que aquilo era viver. Não havia dor. Não havia saliva, sêmen e sangue. Mas não havia dor, não havia corpo e não havia Luana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Silenciou-se e fez o que achava que era viver, mas não era. E quando enfim havia se tornado hora de acordar, abrir as janelas, sentir o calor do sol, respirar e ser corpo novamente, a única janela possível havia se feito concreto, e todas as manhãs eram enfim noites e, no ar puro, ela nunca deixaria de enxergar a sua sujeira.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillani.com.br">www.mahanacassiavillani.com.br</a></div>
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-14421340600147506552016-06-19T19:25:00.001-03:002021-07-26T07:29:02.522-03:00Mãe que cria<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A mãe de Malu a pegou com drogas,
veja só, maconha, meu Deus, onde é que esse mundo vai parar. Por sorte, a
menina tinha apenas quatorze anos e ainda podia ser salva apesar de suas
origens peculiares.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Malu havia sido fruto de um
adultério, e sua mãe, porque mãe é aquela que cria, não aquela que abandona, a
acolhera mesmo sabendo de sua raiz problemática. O casamento se manteve, o caso
aparentemente terminou. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A mãe de Malu suspeitava que
aquela que a abandonara era uma prostituta. Não agora, bem, talvez agora, mas
na época principalmente. Com 15 anos já era prostituta, por isso a mãe de Malu
se preocupava, porque a adolescente estava chegando na idade da perdição, e genética
é uma coisa com a qual não se brinca. Era preciso fazer algo. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi internada em uma clínica de
reabilitação em Piratininga, no interior de São Paulo. A família não a visitava
porque a distância era um inconveniente, e as despesas da viagem somadas à mensalidade
da clínica eram pesadas. Além disso, e, mais importante, a visita fazia mal à Malu,
que chorava, ficava manhosa, não queria se levantar da cama e suplicava para
voltar para casa. Dizia até que estava com saudades da escola, a malandrinha. A
família, preocupada com a recuperação da menina, cuidava para não a atrapalhar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O problema todo foi que um
promotor desses de justiça se atentou para o fato de que Malu estava na clínica
já há um ano e meio e isso constituía abandono de escola. Uma coisa que alguém inventou
para que outra pessoa fosse responsável; pessoa a qual deixou a cargo de outrem,
que passou a fiscalizar os responsáveis legais, no caso, os pais. Ou melhor
dizendo, a mãe que criou, não que a abandonou. O pai não vai aparecer na
história; muitos não aparecem. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O promotor de justiça era uma
daquelas exceções que não acreditamos existir e que surpreendentemente fazem
seu trabalho. Descobriu Malu na clínica de reabilitação em Piratininga.
Descobriu que a menina estava lá há um ano e meio e que, devido a seus vários
problemas de drogadição e de inserção social, era fortemente medicada, o que a
deixava tranquila e menos combativa. Nem pela família, que não a visitava há
seis meses, ela perguntava mais. O promotor também descobriu que Malu havia
sido abusada por um dos funcionários da clínica de reabilitação. Para algumas
pessoas, abusada seria um eufemismo de estuprada. Para outras, entre elas a mãe
de Malu, a que criou, não a que abandonou, abusada era um exagero para relações
sexuais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porque ela amava muito sua filha,
Deus sabia. Amava-a muito e, como toda mãe, conhecia o que tinha em casa. Sabia,
com todo o seu amor, que Malu não era boa coisa, tinha o mal na semente, e já
vira como ela se comportava na frente dos homens. Vira com aqueles olhos
perspicazes de mãe preocupada que faria tudo por amor, inclusive aceitar a verdade
da natureza da filha.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Disse tudo isso quando foi
questionada pelo promotor desses de justiça sobre por que havia deixado uma
adolescente dopada por um ano e meio em uma clínica de reabilitação no interior
de São Paulo, mesmo após o fato do abuso. O promotor disse ainda que Malu era
menor de idade e que não tinha nenhuma culpa em relação ao ocorrido. O
responsável era o funcionário da clínica que, além de maior de idade, estava em
situação de poder, pois cuidava de uma criança em situação de vulnerabilidade
ou qualquer coisa assim.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A mãe de Malu se explicou, disse
que amava sim e muito a filha, mas que não podia negar o tratamento que a
menina dava aos homens, disse que via, presenciava e que não havia
possibilidade nenhuma de o funcionário ter tido qualquer culpa, porque homens são
assim. Uma questão de natureza.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O promotor também disse que não
era possível deixar uma adolescente sem estudar por um ano inteiro e meio, que
aquilo a prejudicaria demasiado em toda a sua vida futura. Mas a mãe sempre
diligente respondia que tudo o que havia feito era pelo bem da filha, por amor.
Era na escola que estavam as drogas, as más companhias. A família até tentou
mudar a adolescente de instituição, mas não adiantou. A menina juntou os
desviados de uma com os desviados da outra. Foi assim que a mãe de Malu
descobriu e, no caso, confirmou, que a origem da discórdia estava na própria
filha. Era a semente. E, no interesse de salvar a família e a própria menina,
mandou-a para longe, onde ocorreu toda a história. Nada mais justo. Era certo.
Tinha fé de que tudo o que havia feito, havia feito no amor. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E, conhecendo todos esses fatos,
o promotor desses de justiça que, surpreendentemente fazia seu trabalho,
precisava convencer Malu e sua mãe de que elas se amavam e de que estariam
melhores juntas, porque é assim que famílias devem ser. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O promotor de justiça conhecia
muito bem os abrigos e as casas de acolhimento com todos os seus nomes de
eufemismo. Por isso ele tentava convencê-las com as palavras que dizia e com os
ouvidos que fingiam para si mesmo acreditar no que ouviam, porque só assim
poderiam continuar. E ele continuava e convencia. Ele as convencia de que se
amavam, de que estariam melhores juntas, de que famílias são boas e nos fazem
bem. Ele talvez as convencesse e talvez convencesse a si mesmo, porque era
muito bom, mas não tinha certeza. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>A gente nunca tem.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Para conhecer meus livros, acesse <a href="http://www.mahanacassiavillnai.com.br">www.mahanacassiavillnai.com.br</a></div>
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-60897916332486788342016-06-12T21:28:00.000-03:002016-06-12T21:28:08.827-03:00<div style="text-align: center;">
Branco e vazio</div>
<div style="text-align: center;">
espaços abertos à sua espera</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Todo o amor que não senti e não pude dar</div>
<div style="text-align: center;">
Todo o amor que ainda espero</div>
<div style="text-align: center;">
A invasão que não ocorreu</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Sei teu nome e teu rosto</div>
<div style="text-align: center;">
Sei teu segredo</div>
<div style="text-align: center;">
Não há nada ali</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Um buraco,</div>
<div style="text-align: center;">
foi só o que pode deixar</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
pai</div>
Mahana Cassiavillani http://www.blogger.com/profile/06473674389511784514noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5476222228130403167.post-52788788698042083702016-05-30T21:26:00.002-03:002021-07-06T04:52:35.057-03:00Tudo para mim, nada para os outros<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Zfr6cZzbEiA/V0zaBOZyD2I/AAAAAAAABOA/nVDuLeRMLNEdSwKgxHpm4qzf4QF_UPS8gCLcB/s1600/full.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-Zfr6cZzbEiA/V0zaBOZyD2I/AAAAAAAABOA/nVDuLeRMLNEdSwKgxHpm4qzf4QF_UPS8gCLcB/s400/full.jpg" width="258" /></a></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ontem assisti<span class="apple-converted-space"> </span><i>Requiem for the American Dream</i>,
que começa com as credenciais de Noam Chomsky - apenas um dos intelectuais mais
influentes de nossa época. O documentário é baseado em uma série de entrevistas
feitas durante quatro anos. Já vou dizer que achei a legendagem bem
mais ou menos, podiam ter feito um trabalho muito melhor nessa parte. Já vou dizer em segundo lugar que esse post é basicamente um monte de citação que eu adorei. É o Noam Chomsky, mano, achei melhor deixar ele "falar". <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A primeira coisa que Chomsky diz é:
"A desigualdade é realmente sem precedentes" ... "a desigualdade
vem da riqueza extrema em uma pequena parcela da população, uma fração de um
por cento." <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sabe aquele maldito um por cento? Pois é,
mas o que tem de errado com isso, fora a raiva incontrolável que dá?</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Não só é extremamente injusta por si
própria, a desigualdade tem consequências muito negativas em toda a sociedade,
pois a sua simples existência tem um efeito corrosivo e prejudicial à
democracia."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"É importante entender que setores
privilegiados e poderosos nunca gostaram da democracia por vários bons motivos.
A democracia coloca o poder nas mãos do povo e tira deles."</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O documentário é uma análise da sociedade
americana, mas tem muita coisa que faz pensar. Há várias semelhanças com o
Brasil. É tudo bem esquematizado e organizadinho. São apresentados OS 10
PRINCÍPIOS DA CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA E PODER.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"A concentração de riqueza gera a de
poder, principalmente conforme o custo das eleições aumenta muito, o que força
os partidos políticos a serem controlados por grandes corporações."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">OU POR QUE NÃO PODEMOS TER FINANCIAMENTO PRIVADO
DE CAMPANHA POLÍTICA.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"E esse poder político logo se
estende à legislação, que aumenta a concentração de riqueza. Então a política
fiscal, como a tributária... desregulamentação... regras de governança
corporativa e toda uma série de medidas políticas são desenvolvidas para
aumentar a concentração de riqueza e poder que, em troca, faz com que mais
poder político faça a mesma coisa. E isso é o que temos visto."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ou seja, acabamos tendo um governo
dominado pelos interesses privados. Não parece bom.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"As pessoas que Adam Smith chamou de ‘mestres
da humanidade’, e eles estão seguindo a máxima vil: ‘tudo para nós e nada para
os outros’. Eles buscam políticas que os beneficiem e prejudiquem o restante. E
na falta de uma reação popular geral, é isso mesmo o que acontece."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os 10 malditos princípios são: <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">1 - Reduzir a democracia<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">2 - Moldar a ideologia<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">3 - Redesenhar a economia<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">4 - Deslocar o fardo<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">5 - Atacar a solidariedade<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">6 - Controlar os reguladores<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">7 - Controlar as eleições<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">8 - Manter a ralé na linha<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">9 - Consentimento na produção<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">10 - Marginalizar a população<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não é lindo? Só pela lista já dá pra
imaginar quanta coisa boa vem por aí <3</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><i><b>Princípio 1 - Reduzir a democracia<o:p></o:p></b></i></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Basicamente, há uma luta constante entre
forças democratizantes, que costumam vir de baixo (ou seja, de nós, o povo) e
esforços de controle, que costumam vir de cima (ou seja, de gente muita rica e
das grandes corporações). Eu diria que, no momento, estamos no meio de uma
gigantesca onda reacionária. Não tá fácil.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"O interessante é que esse debate tem
uma tradição bem antiga. Remonta ao 1º grande livro de sistema político, <i>Política</i> de Aristóteles. Ele diz: ‘De
todos eles, o melhor é a democracia’, mas aí ele aponta a mesma falha apontada
por Madison (legislador da constituição americana). Se Atenas fosse uma
democracia para homens livres, os pobres se uniriam e tomariam as propriedades
dos ricos. (...) Aristóteles
propôs o que atualmente chamamos de Estado de bem-estar. Ele disse: ‘Reduza a
desigualdade.’ Então, mesmo problema, soluções contrárias. Uma é reduzir a
desigualdade, assim acabará com o problema. A outra é reduzir a
democracia." <o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<i><b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Princípio 2 - Moldar a ideologia</span></b></i><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><i><b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></b></i></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esse aqui é autoexplicativo, né? Taí o
Deus Mercado, cheio de seguidores dispostos a morrer por ele, que não nos deixa mentir.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Está havendo uma enorme, concentrada
e coordenada ofensiva empresarial que se iniciou nos anos 70 para tentar
reduzir os esforços de igualdade."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><i><b>Princípio 3 - Redesenhar a economia</b></i></span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sabe o Leonardo DiCaprio em <i>O Lobo de Wall Street</i>? Ele é um puta de
um babaca, mas parece que isso é o bonito agora.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Desde os anos 70, há um esforço
concentrado por parte dos mestres da humanidade, os donos da sociedade para
mudar a economia em dois aspectos cruciais. Primeiro, para aumentar o papel das
instituições financeiras, bancos, firmas de investimento, seguradoras."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Esse fenômeno é chamado de
financeirização da economia."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Junto, está a realocação da
produção. O sistema de comércio foi reconstruído com um design bem explícito de
colocar trabalhadores competindo entre si no mundo todo. E isso leva a uma
redução na parcela de renda por parte dos trabalhadores."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"E, claro, o capital é de livre
movimentação. Os trabalhadores e o trabalho não podem se mover, mas o capital
pode. Voltando aos clássicos, como Adam Smith, como ele indicou, a livre
circulação do trabalho é a fundação de qualquer sistema de livre comércio, mas
os trabalhadores estão presos."</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E, claro, não vamos nos esquecer de sempre alimentar o medo.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Manter os trabalhadores inseguros os
manterá sob controle. Eles não vão pedir salários decentes, boas condições de
trabalho, ou a oportunidade de associação livre, de sindicalizar. Para os
mestres da humanidade, tudo bem. Eles ganham seus lucros. Mas para a população
é devastador."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Esses dois processos,
financeirização e realocação, são parte do que leva ao círculo vicioso de
concentração de renda e de poder."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><i><b>Princípio 4 - Deslocar o fardo<o:p></o:p></b></i></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Coitadas das grandes corporações
multibilionárias. Quem vai pagar os impostos? Acertou. Você.</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Durante o período de grande
crescimento da economia, nos 50 e 60, mas, na verdade, antes disso, os impostos
sobre os ricos eram bem maiores. Os impostos corporativos e sobre os dividendos
eram bem mais altos, os impostos comuns sobre riqueza eram bem maiores. O sistema
de impostos foi reprojetado para que os impostos pagos pelos muitos ricos sejam
reduzidos e, em contrapartida, o fardo dos impostos aumente para o resto da
população. Agora há uma mudança para tentar manter os impostos só sobre
salários e consumo, o que todos têm que pagar, não algo como dividendos, que só
cabe aos ricos."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Se você quer aumentar os investimentos,
dê dinheiro aos pobres e trabalhadores. Eles têm que sobreviver, então gastam
suas rendas. Isso estimula a produção e o investimento, leva a aumento de
empregos e assim por diante."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"As grandes corporações americanas
deslocaram o fardo de sustentar a sociedade para o resto da população."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b>Princípio 5 - Atacar a solidariedade</b></i></span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Acho que essa é a mais cruel de todas. E como tem gente adotando esse tipo de pensamento. É comum dizerem que simplesmente não dá pra pagar a conta da previdência. O que faz então? Deixa o povo morrer de fome? </span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"A solidariedade é muito perigosa. Do
ponto de vista dos mestres, você só deve se preocupar consigo, não com os
outros.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"A seguridade social é baseada em um
princípio de solidariedade. Solidariedade, se importar com os outros. A
seguridade social significa: ‘Eu pago impostos sobre salários para que a viúva
do outro lado da cidade possa receber ajuda para viver’".<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Não há muita utilidade para os muito
ricos, então há uma tentativa combinada de destruí-la. Uma das formas é
retirando os fundos. Você quer distribuir um sistema? Tire os fundos dele.
Então, ele não funcionará. Todos ficarão bravos. Vão querer outra coisa. É uma
técnica padrão para privatizar um sistema."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Veja o que fazem com a USP, com o Sistema
de Saúde, com as escolas públicas. É exatamente isso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><i><b>Princípio 6 - Controlar os reguladores</b></i></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sabe todas aquelas crises? Quem as
causou é quem faz as leis. </span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Toda vez, o contribuinte é chamado
para socorrer aqueles que criaram a crise, de forma crescente, as instituições
financeiras. Em uma economia capitalista, você não faria isso. Em um sistema
capitalista, isso acabaria com os investidores que fizeram os investimentos de
risco. Mas os ricos e poderosos não querem um sistema capitalista. Eles querem
poder correr para o Estado paternalista ao terem problemas e serem socorridos
pelos contribuintes. Chama "Grande Demais para Quebrar".</span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Enquanto isso, para os pobres,
deixem os princípios de mercado prevalecerem. Não espere ajuda do governo. O
governo é o problema, não a solução.<b> Isso é, essencialmente, neoliberalismo.
Tem um caráter dualista que remonta à história econômica. Um conjunto de regras
para os ricos. Regras contrárias para os pobres</b>."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b><span style="font-size: large;">Princípio 7 - Controlar as eleições</span></b></i><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há inúmeras formas de se fazer isso,
financiamento privado de campanhas é apenas uma delas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b><span style="font-size: large;">Princípio 8 - Manter a ralé na linha</span></b></i><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sindicatos têm muitos problemas, mas eles
desempenham um papel importantíssimo na democracia.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Um dos motivos principais dos
ataques concentrados, quase fanáticos a sindicatos e movimentos trabalhistas, é
que eles são uma força democratizante. Eles fornecem uma barreira que
defendem os direitos dos trabalhadores, mas também os direitos populares. Isso
interfere na prerrogativa e poder daqueles que possuem e gerenciam a
sociedade."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"> </span><span style="font-size: 13.5pt; text-align: center;"> </span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt; text-align: center;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b><span style="font-size: large;">Princípio 9 - Consentimento na produção</span></b></i><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Consumismo, motherfucker!</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Ficou claro, há um século, que não
seria tão fácil controlar a população à força. (...) Então era preciso ter outras
formas de controlar. E era de conhecimento e expresso que você tinha que
domá-las controlando suas crenças e atitudes. Uma das melhores formas de se
controlar pessoas em termos de atitudes é o que o grande economista político
Thorstein Veblen chamou de fabricar consumidores."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"A ideia é tentar controlar todo
mundo, transformar toda a sociedade no sistema perfeito. O sistema perfeito
seria uma sociedade baseada em uma díade, um par. O par é você e seu aparelho
de TV, ou, talvez agora, você e sua internet, que lhe apresenta o que deveria
ser a vida apropriada, que tipos de engenhocas você deveria ter. E você passa
seu tempo e esforço para obter essas coisas que não precisa, não quer e talvez
jogue fora, mas essa é a medida de uma vida decente."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b><span style="font-size: large;">Princípio 10 - Marginalizar a população</span></b></i><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quando a gente descobre que não tem voz:</span><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"Isso levou a uma população brava,
frustrada, que odeia instituições, que não está agindo construtivamente para
reagir a isso. Há mobilização popular e ativismo, mas em direções bem autodestrutivas.
Está tomando a forma de raiva sem foco, ataques uns contras os outros e em
alvos vulneráveis. É o que acontece em casos assim. Corrói as relações sociais,
mas esse é o objetivo. O objetivo é fazer as pessoas odiarem e temerem umas às
outras, e se preocuparem só consigo mesmas, não fazer nada para os outros.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Diante de tanta manipulação de primeira, o
que podemos fazer? Chomsky termina citando Howard Zinn:</span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;">"O que importa são os incontáveis
pequenos atos de pessoas desconhecidas, que fundam as bases para os eventos
significativos que se tornam história."<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O caminho é a microrresistência. Vamos à
luta!</span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 13.5pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
Para conhecer meus livros, acesse <a href="www.mahanacassiavillani.com.br" target="_blank">www.mahanacassiavillani.com.br</a>
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