quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Minas na Literatura




Virginia Woolf

Então, né? Não existe mais machismo. Feminazi é tudo doida, vitimista, mimimi.  Pois é, eu quero ser escritora. Ou sou, não sei bem como funciona isso. Fiz letras e tenho quase pós – não fiz a monografia, mas cursei todas as matérias.

J.K. Rowling
Um dia pedi indicações de literatura contemporânea para um professor. Ele mencionou vários escritores, mas, grande surpresa, nenhuma escritora. Perguntei se ele não tinha nenhuma escritora para indicar, mas ele não conseguiu se lembrar de nenhuma. Fiquei meio puta, achei meio absurdo.

É muito absurdo.

Numa universidade, falando com especialistas e nada.

Clarice Lispector
Em uma pesquisa feita por Regina Dalcastagnè, da Universidade de Brasília (UnB), constatou-se que cerca de 93,9% dos escritores são brancos, 72,7% são homens, 47,3% moram no Rio e 21,2% moram em São Paulo.

Desses dados surgem duas possibilidades.

Primeira. Homens brancos residentes no eixo Rio-São Paulo são melhores e têm mais inclinação para a literatura que os demais brasileiros.

Segunda: preconceito. Talvez os não-homens-brancos-Rio-São-Paulo não tenham as mesmas oportunidades.

O que será? Hmmm...


Maya Angelou
Eu sempre tento ler obras escritas por mulheres, negros, LGBTs, mas, mesmo assim, entre meus livros a maioria é de autoria dos ditos cujos: homens brancos Rio-São Paulo. Se alguém te pedisse pra listar cinco escritores contemporâneos – contemporâneos mesmo, que estão publicando agora – quantos deles seriam mulheres? Negros? Trans?

Tá feia a coisa... Passou da hora de todo mundo ter voz, representatividade, protagonismo e tudo a quem tem direito. Imagina que delícia ler o mundo sob outras perspectivas?

Quem sabe as coisas mudam um pouquinho... já passou da hora.




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