quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Tragédia traz à tona história de relacionamento abusivo (ou porque precisamos de feminismo)


Dia 24 de janeiro desse ano, um homem saiu com seus quatros filhos de casa para nunca mais voltar. Deixou uma carta para a mulher, 18 anos mais nova, informando-a de que aquela era a última vez que veria os filhos. Ao que tudo indica, ao ver uma carreta, ele acelerou causando o impacto que o matou juntamente com as quatro crianças.

Segundo informações obtidas aqui o casal estava junto havia sete anos. Ele, com 42. Ela, com 24, o que significa que o relacionamento começou quando a mulher tinha apenas 17 anos. Ele era violento e ela tentou sem sucesso obter medidas protetivas. Quem já precisou comparecer a uma delegacia ou se viu na dependência do sistema judiciário sabe como as coisas são. 

Uma tragédia, sem dúvida, mas muito mais que isso. A violência contra a mulher não ocorre em situações isoladas. Assim como a violência contra o negro e o homossexual, ela é um sintoma do ódio, da intolerância e da certeza, de boa parte da população, de que essas pessoas não são, de fato, pessoas. O site https://machismomata.wordpress.com/ tem dados alarmantes.

Já li em diversos lugares que num primeiro encontro amoroso o maior medo dos homens é o de ser rejeitado. O das mulheres, o de ser assassinada. A diferença absurda é o reflexo desse mundo em que uma mulher sofre muito mais violência dentro de casa que fora dela. 

O caso relatado é extremo, mas infelizmente muito comum. Ele expõe a condição da mulher na sociedade. Aquele homem era louco? Um doente? Possivelmente. E a frequência de casos assim refletem a loucura e a doença de uma sociedade que, repito, reluta em enxergar a mulher como ser humano. 

O machismo, assim como o racismo e a homofobia, está presente em todas as esferas da sociedade e suas consequências vão desde uma briga entre namorados porque a mulher tem amigos homens até o estupro e assassinato de quem em tese é o ser amado.

É triste e assustador, por isso eu digo, feminismo pra que? Pra que esse tipo de coisa não aconteça.






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