Jane the Virgin é um pastiche das novelas hispanoamericanas. E, como uma boa novela, é uma comédia que tem dramalhão, triângulo amoroso, um pai engraçadíssimo, um grande mistério (a investigação de Michael) e uma vilã que é impossível não amar.
Jane decide se guardar para o casamento por causa da forte religiosidade de sua avó e também porque não quer ser igual à mãe, que a teve com apenas 16 anos e sofreu muito com isso, como acontece com todas as mães adolescentes.
Uma das coisas mais interessantes da série, pelo menos pra mim, é a sororidade das mulheres Villanueva. Elas podem brigar e se desentender, e isso acontece, mas estão sempre lá uma para as outras. Isso é muito importante quando pensamos no movimento feminista e nas reivindicações que, nós, mulheres, sempre temos. Há até uma referência ao teste de Bechdel! Perfeito! Divino! Maravilhoso! Além disso, há uma empreiteira mulher. Que a gente tenha que comemorar isso em pleno 2021 é uma tristesa, mas tem.
Mas chegando na história, no primeiro capítulo, Jane é acidentalmente inseminada artificialmente, então ela se torna uma grávida e, depois, uma mãe virgem. Seu sonho é ser escritora e, apesar das dificuldade de lidar com a maternidade e a busca por uma carreira, ela segue em frente. Aqui a gente volta na sororidade: sem a ajuda da família, ela não conseguiria.
Só um parênteses: há uma cena em que Jane, no primeiro dia da pós-graduação em escrita criativa leva o filho para a aula. Ele chora e seu carrinho acaba caindo pelas escadas e batendo na professora. O reitor, então, diz à Jane que ela não pode levar o filho para a escola, por isso ela precisa encontrar pessoas para cuidar dele enquanto estuda. Isso é problemático. Crianças choram? Sim! Elas podem atrapalhar? Sim! Mãe que não têm com quem deixar os filhos deveriam ser privadas de estudar? NÃO!!! São as instituições de ensino que precisam estar preparadas para essa situação!
Jane é romântica, ingênua e, às vezes, até mesmo infantil. Mas ela também é uma mulher forte, determinada q,ue põe o coração em tudo o que faz e não desiste dos seus sonhos, não importando as dificuldades. Eu, como escritora, me identifico com ela, já que busco furar a bolha de ter leitores que vão além das amizades. Como disse, Jane não desiste, é obstinada e sabe o que quer. Mesmo que, às vezes, duvide de si mesma, nunca deixa que essas dúvidas a desviem de seu caminho. Por isso, quando crescer, quero ser Jane Villanueva.
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